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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Segunda - 22 de Março de 2010 às 16:32
Por: Ronaldo Couto

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O juiz e a promotora da comarca de Aragarças-GO, divisa com Barra do Garças, no Vale do Araguaia, se manifestaram pela primeira vez, na manhã desta segunda-feira (22), sobre o incêndio criminoso na madrugada do último sábado (20), que destruiu duas salas do Fórum goiano. O juiz Vinicius Caldas e a promotora Vânia Marçal foram enfáticos em dizer que o incêndio tem características de ter sido premeditado, todavia o ato criminoso não vai intimidá-los.

A promotora suspeita que possa ter sido um aviso para ela ou a instituição Ministério Público (MP), porque uma das salas incendiadas era ocupada por ela até duas semana atrás, e ninguém sabia, nem mesmo o diretor do Fórum ou qualquer outra autoridade, que ela havia mudado de sala. Entretanto, a promotora tranquilizou que o fogo somente atingiu 15% dos processos e destruiu mais os computadores, móveis e utensílios do cartório criminal.

O juiz Vinicius lamentou o incêndio cujo ato ele atribui como um atentado de intimidação aos Poderes Constituídos. Ele afirmou que não se sente pressionado ou amedrontado. O juiz aragarcense admitiu a falha do Fórum não ter guarda noturno porque o seu efetivo é reduzido e ele entende que não era justo retirar um Policial Militar das ruas para cuidar do prédio. Mas em função do que ocorreu, ele já tomou essa providencia e espera uma autorização do Tribunal de Justiça de Goiás para contratar uma empresa de segurança particular.

A promotora Vânia destacou que vai continuar apurando as denuncias que são encaminhadas ao MP. E para ela, o incêndio é uma demonstração que o trabalho está incomodando a criminalidade. “Eu só tenho duas armas e vou continuar usando-as que são a minha serenidade e a minha caneta. Vou continuar investigando as denuncias que chegam a mim”, alertou.

Segundo Vânia, o incêndio provocado em nada abalou as instituições, tanto Judiciário, como MP, que continuam firmes em defesa da sociedade. Ela explicou que é besteira colocar fogo no Fórum porque hoje existe uma digitalização da maioria dos processos que se encontram nos computadores do TJ-GO, em Goiânia.

Sobre o processo mais conturbado que corre na comarca de Aragarças, a respeito de um grupo de extermínio com a possível participação de sete militares da PM-GO, a promotora ressaltou que o fogo não o atingiu e que ele continua intacto. Anteriormente, tanto a promotora, como a delegada Azuen Albarello, tiveram que reforçar a segurança particular porque estavam sendo ameaçadas, em função das investigações da série de assassinatos com 13 jovens mortos em Aragarças. Os militares foram afastados e alguns estão presos em Campo Grande-MS.

Na manhã desta segunda-feira (22), funcionários do Fórum retiraram os processos queimados e os móveis destruídos das salas. O cheiro de fumaça ainda estava forte no ambiente. O clima era sombrio no Fórum com servidores evitando comentários e um silêncio peculiar. Os bombeiros e militares que atenderam a ocorrência de madrugada encontraram uma luva, uma estopa com querosene e um aparelho celular Nokia, que podem ajudar na identificação dos autores do incêndio criminoso.






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