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Agronegócios
Segunda - 15 de Março de 2010 às 09:06
Por: Janã Pinheiro

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O cultivo da palmeira pupunha para a produção do palmito vem chamando a atenção de pequenos e grandes produtores, por ser um agronegócio extremamente viável sob os aspectos econômico, social e ambiental. A pupunha, com relação a outras espécies de palmeira -como a juçara e o açaí, por exemplo - tem algumas vantagens, como o tempo de corte que, em áreas irrigadas, pode ser feito 16 meses após o plantio, enquanto a juçara permite o corte de 8 a 10 anos. Além disso, ela perfilha, ou seja, após o corte brotam novas plantas, assim como acontece com a bananeira, fazendo com que a produção não pare o ano inteiro. O palmito da pupunheira também não oxida, pode ser comercializado in natura, é saboroso e não está ameaçado de extinção.

Com tantos atrativos o plantio da pupunha vem crescendo em várias regiões do país. Em Mato Grosso não é diferente. Cinco municípios do noroeste do Estado - Juína, Castanheira, Cotriguaçu, Juruena e Aripuanã - têm estimulado o cultivo da palmeira, principalmente entre os assentados, como uma fonte de emprego e renda.

Não existe um censo para saber a quantidade de pupunha plantada no Estado, mas apenas no município de Cotriguaçu os produtores estimam que exista mais de meio milhão de mudas. A pupunha vem sendo cultivada no município tanto por médios e grandes produtores, que têm apostado neste segmento, quanto por pequenos, que vivem basicamente da agricultura familiar.

Um projeto iniciado em 2007 com parceleiros do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e alguns empresários do Estado, propiciou a essas famílias uma nova fonte de renda. Além disso, todo o cultivo vem sendo feito de forma sustentável, já que o plantio de 150 mil mudas foi feito em áreas degradadas. "É um tipo de parceria que tem tudo para dar certo. É a fixação do homem dentro do bioma amazônico, dentro da perspectiva da sustentabilidade", destaca Luiz Soares, 50, engenheiro sanitarista da Funasa, e um dos idealizadores do projeto.

Para que a parceria tivesse início os empresários forneceram as mudas para os agricultores, que se responsabilizaram em plantar e cuidar das palmeiras até a época do corte. Os parceleiros vão pagar a muda em palmito. Além disso, os empresários se comprometeram em comprar a produção, que tem mercado garantido, tanto no Brasil, quanto no exterior. "Estamos todos bastante otimistas, o que tem plantado na região já é o suficiente para abastecer uma indústria palmiteira", destaca Soares, completando que o mercado vai ditar o ritmo da produção e dos investimentos.

O doutor em agronomia e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), João Pedro Valente, vê com bons olhos o plantio da pupunha no Estado, principalmente para os assentados, por ser uma cultura de fácil manutenção, produzir o ano inteiro e ter um retorno econômico considerado bom.

Valente, que acompanha o cultivo da pupunha no Estado desde que as primeiras sementes trazidas do Peru em 1992 foram plantadas, destaca que após todos esses anos acompanhando o processo de produção em Mato Grosso pode dizer que esse tipo de palmeira tem viabilidade econômica e mercado de exportação, principalmente a França, um país que é grande comprador do palmito brasileiro. "É uma cultura muito interessante, que tem futuro no Estado. A pupunha é uma planta muito versátil, dela se aproveita tudo, é igual ao boi", brinca o professor.





Fonte: A Gazeta

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