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Agronegócios
Quarta - 03 de Março de 2010 às 09:27
Por: Vívian Lessa

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O custo de produção da safra 2009/2010 de soja em Mato Grosso está 19,23% menor que o registrado na temporada passada. Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que o gasto total para produzir esta safra (que tem Sorriso como base), chegou a R$ 1,579 mil contra R$ 1,955 mil da anterior. A redução, no entanto, não é comemorado pelos produtores do Estado.

O diretor-administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Carlos Fávaro, explica que a rentabilidade do sojicultor caiu na mesma proporção do custo de plantio da oleaginosa. Ele acrescenta que a desvalorização do dólar influenciou diretamente no resultado. "Na safra 08/09 compramos os insumos quando a moeda valia até R$ 2,40. Nesta temporada, na época do plantio, o dólar chegou a R$ 2,10. Essa diferença fez diminuir o custo de produção".

Mas Fávaro justifica que uma nova queda no preço do dólar, que está em média R$ 1,79, prejudica a comercialização do grão. "Não estamos com receita suficiente para cobrir os gastos de produção", desabafa ele admitindo que outros fatores estão influenciando negativamente o desempenho do setor. Nesse caso, o levantamento atual do Imea, aponta as variáveis que incrementaram o investimento no campo, como o aumento do salário mínimo (que subiu de R$ 465 para R$ 510), o reajuste de R$ 0,02 no litro do óleo diesel e a proliferação da ferrugem asiática, fez com que o produtor desembolsasse mais.

Conforme o Instituto, a doença fez aumentar em 37% o custo de produção da soja, levando em conta que o gasto com o defensivo passou de, aproximadamente, R$ 95 por hectare para R$ 131/ha. "Essas considerações aumentaram o custo de produção mas não o suficiente para ultrapassar os gastos da safra passada", diz o diretor administrativo da Aprosoja/MT. Ele afirma que os desembolsos em todas as regiões do Estado estão sofrendo com algum empecilho.

"O Norte é prejudicado com a alta no preço frete. No Sul, a ferrugem asiática está tomando conta das plantações". Sobre a comercialização da soja, que já atingiu 54% nesta temporada, Fávaro diz que a rentabilidade do produtor poderá ser maior em relação ao que adiar a venda para o 2º semestre. Apesar dos impasses, ele acredita que o setor ainda não irá necessitar da intervenção do governo para a venda do grão.





Fonte: A Gazeta

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