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Polícia Brasil
Domingo - 28 de Fevereiro de 2010 às 08:17
Por: Fausto Macedo

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Para superar o fantasma dos inquéritos travados e impor um padrão às suas investigações, a Polícia Federal tomou dois caminhos. Primeiro, deu início a um amplo processo de fiscalização e vistorias em delegacias. E adotou o "Tentáculos", programa que reduz substancialmente a massa de procedimentos. "A Polícia Federal não tem medo de controle externo, nem de fiscalização, mas não pode pagar pelas falhas em toda a cadeia do inquérito criminal", argumenta o diretor-geral, delegado Luiz Fernando Corrêa.

"O objetivo é atacar a demora na conclusão dos inquéritos e melhorar o indicador de condenações. Não há milagres nessa equação, apenas muito trabalho de todos", diz o chefe da PF, referindo-se à queda de um tabu que desafiava a corporação desde 1984, ano em que foram inaugurados 10.282 inquéritos e apenas 9.514 despachados. O corregedor-geral da PF, Valdinho Jacinto Caetano, cruzou o país, inspecionou todas as superintendências e, por mais de uma vez, "radicalizou"

Na prática, indicou a colegas a possibilidade de enquadramentos disciplinares. "Em determinados Estados, onde a coisa não fluía bem, fizemos correição"", explica Caetano. "Vimos onde trabalhavam com desídia, instauramos procedimentos dando oportunidade à ampla defesa e o contraditório. Deu resultado pedagógico fantástico. Isso demora um pouco para disseminar. Encontramos alguma resistência de profissionais que tinham uma certa independência", revela o corregedor. "Mas eles agora entendem que é bom trabalhar dessa forma." O Tentáculos é um modelo que simplifica e torna racional o trabalho - um único inquérito é aberto para investigar todos os golpes de uma mesma organização criminosa.

Antes, para cada trama, abria-se um procedimento. "Vamos baixar esse estoque em até 50% ao ano", estima o corregedor. O objetivo, informa, é chegar ao patamar de 80 mil inquéritos em cinco anos.






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