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Agronegócios
Terça - 23 de Fevereiro de 2010 às 08:41
Por: Marcondes Maciel

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Se antes era uma preocupação, agora é fato consumado. A ferrugem asiática da soja se alastrou e está presente em praticamente 100% das lavouras mato-grossenses na safra 09/10. Os prejuízos só com a aplicação de fungicidas podem chegar a R$ 1,50 bilhão e a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja) já fala em perdas de produtividade.

“Ainda não sabemos quantificar, mas é possível que tenhamos perdas devido ao grande número de focos instalados em Mato Grosso”, afirma o agrônomo Luiz Nery Ribas, gerente técnico da Aprosoja. Ribas, que é o responsável pelo Projeto Antiferrugem, que monitora e controle as lavouras de soja no Estado, já admite uma “explosão” de casos no Estado. “O clima está quente e chuvoso. As condições favorecem à ocorrência da ferrugem”, diz.

Para agravar ainda mais a situação, os produtores estão encontrando dificuldades para controlar a infestação do fungo devido ao excesso de chuvas em várias regiões. O sul do Estado é o que mais sofre. “Este ano, diferentemente dos anteriores, estamos observando não apenas quantidade, mas a severidade dos ataques. Vai ser um dos piores anos da ferrugem para Mato Grosso”.

Segundo ele, está havendo uma redução dos intervalos das aplicações de fungicidas devido à intensificação e propagação dos fungos nas lavouras de soja. “Em outras épocas tínhamos um intervalo de 20 dias entre as aplicações. Agora este período encurtou para 11, no máximo 15 dias. Com isso, os produtores terão de aumentar em média uma aplicação nesta safra. Mas existem lavouras que terão de receber até duas aplicações a mais”.

Com isso, o desembolso com a aquisição de fungicidas pode chegar a R$ 1,50 bilhão, quase 50% a mais em relação aos R$ 1,01 bilhão gasto na safra anterior.

FOCOS – A Aprosoja/MT já contabiliza 362 focos (casos confirmados) entre 1º de novembro de 2009 e 18 de fevereiro de 2010, ante 185 registrados em igual período do ano passado. A região com o maior número de registros é o sul do Estado, seguido do Norte, Oeste e Leste. E os municípios com a maior incidência são Itiquira, Alto Taquari, Guiratinga, Pedra Preta, Sinop, Sorriso, Campos de Julho, Campo Novo do Parecis, Sapezal, Tangará da Serra, Lucas do Rio Verde, Diamantino, Barra do Garças e Nova Xavantina.

MOBILIZAÇÃO – O surgimento de focos de ferrugem asiática em diversos municípios tem mobilizado os produtores mato-grossenses no sentido de intensificar os cuidados nas lavouras. O alerta é generalizado, especialmente em função das condições climáticas propícias para o desenvolvimento da doença: chuvas intensas, calor durante o dia e temperaturas mais amenas à noite.

Nery Ribas destaca a necessidade de se fazer o monitoramento e acompanhamento diário das lavouras, bem como a importância de fazer o controle desde cedo, pois na medida em que a doença se espalha, fica complicado controlar.

De acordo com a Aprosoja/MT, os cuidados estão sendo intensificados, pois existe uma pressão de aumento do fungo em decorrência da colheita. Os produtores ainda podem perceber que a produtividade está dentro da média histórica de 50 sacas por hectare, mas abaixo da verificada no ano passado. E, se as chuvas continuarem, a média da safra deste ano poderá ficar abaixo das 50,87 sacas/ha registradas na safra 08/09. A colheita que está sendo feita agora são das variedades de ciclo médio, que sustentam a média da produtividade estadual.






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