Preocupada com a situação de milhares de pequenos e médios proprietários rurais que atuam na área da pecuária, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) está desenvolvendo uma série de ações voltadas a este público. O foco são os pecuaristas que têm rebanho de até 300 cabeças de gado e que encontram dificuldades em desenvolver duas atividades tanto de ordem técnica quanto de mercado.
“Das 110 mil propriedades rurais cuja atividade é a pecuária, mais de 90 mil são de produtores que possuem até 300 cabeças de gado. É uma classe com grande potencial, mas que precisa de incentivo e organização”, disse o presidente da Famato, Rui Prado.
Para definir as ações a serem desenvolvidas visando ao atendimento deste público, diretores da Federação foram ao município de Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte) foram conhecer um projeto que vem sendo desenvolvido desde julho de 2009 pela Cooperativa Agroindustrial Luverdense, em parceria com o Sindicato Rural e Prefeitura Municipal, voltado para os pequenos produtores de leite.
A primeira fase do projeto foi adquirir o laticínio local, que produzia 15 mil litros por dia, e a indústria definitiva tem como meta produzir 1 milhão de litros ao dia, no médio prazo. A ampliação da produção beneficiará diretamente cerca de 15 municípios, num raio de 170 km. Irá gerar cerca de 300 empregos diretos na indústria e aproximadamente 700 no campo.
De acordo com o presidente da Cooagril, Paulo Franz, o parque industrial será um dos mais modernos do mundo e abrirá um leque de oportunidades para o trabalhador e para o investidor do município.
“Este é um excelente programa que a Famato pretende implantar nas demais regiões do estado com potencialidade na atividade da pecuária de leite”, afirmou o diretor-secretário da entidade, Valdir Correa. Ele explicou que, em parceria com sindicatos rurais e prefeituras municipais, a Famato pretende apoiar este segmento através de ações como viabilizar o acesso ao crédito, atuar na política de preços, garantir assistência técnica, fortalecer as entidades sindicais rurais, organizar os produtores em cooperativas ou consórcios e profissionalizar o produtor e o trabalhador através dos cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT).
“Este modelo aplicado em Lucas do Rio Verde servirá de base para todo o estado. Nós pretendemos trabalhar com módulos de 7 hectares com um lote de animais que vai variar de acordo com a pastagem de cada região, viabilizando o acesso às diversas linhas de crédito para que o produtor possa construir o barracão e adquirir as matrizes, podendo assim dar início a sua produção de forma organizada”, disse Correa.
A Famato já está viabilizando a contratação de um técnico especializado para acompanhar o projeto e elaborando um roteiro de visitas aos municípios com vocação para a pecuária de leite, a fim de dar início a este trabalho que vai garantir o desenvolvimento do setor e viabilizar a bacia leiteira do estado.
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