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Domingo - 23 de Junho de 2013 às 13:53
Por: ALECY ALVES

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Pessoas vindas do Haiti lotam a Casa do Migrante, que é mantida pela Igreja Católica
Pessoas vindas do Haiti lotam a Casa do Migrante, que é mantida pela Igreja Católica
Em Cuiabá, a chegada de centenas de trabalhadores haitianos em busca de emprego, atraídos principalmente pelas obras da Copa de 2014, começa a causar dificuldades e a demanda por moradia, alimentação e vestuário não consegue ser suprida. 


 
A questão é tão grave que já está motivando apelos de religiosos durante celebrações. Um levantamento parcial da Casa do Migrante, instituição da Igreja Católica, aponta que desde janeiro deste ano pelo menos 500 haitianos desembarcaram na capital mato-grossense. 


 
Na última sexta-feira, por exemplo, o abrigo estava superlotado, com 122 haitianos, quase o dobro da capacidade. Em 2012, durante o ano inteiro Cuiabá recebeu apenas 50 imigrantes do Haiti, ou seja, um número 10 vezes inferior ao do primeiro semestre de 2013. 


 
Esta semana, a Superintendência Regional de Trabalho e Emprego(SRTE) registrou o primeiro caso de trabalhadores haitianos vivendo em alojamento de obra em condições análogas à escravidão. 22 operários estavam sem cama, água e banheiro no “alojamento” de um conjunto habitacional popular, em construção no bairro Itapajé, região do Coxipó. 


 
Neste domingo, Dia Nacional do Migrante, os religiosos vão aproveitar para fazer um novo apelo por doações para os cidadãos que vieram para cá fugindo da miséria, na esperança de um trabalho que permita condições digna de vida para si e seus familiares. 


 
Este ano está sendo comemorada a 18ª Semana do Migrante, que traz como lema “No Passo da Estrada o Bem-viver”. Para hoje, os organizadores planejaram uma festa na igreja do Divino Espírito Santo, no bairro CPA II(ao lado do Terminal de Ônibus), a partir das 19hs. 


 
Além de buscar parcerias públicas, durante as missas padres estão pedindo aos fiéis que doem móveis(cama, fogão, geladeira e outros utensílios domésticos), além de roupas e calçados em condições de uso. 


 
A coordenadora da Casa do Migrante, Eliana Aparecida Vitaliano, explica que além de atender os haitianos abrigados, a instituição está tentando ajudar aqueles que conseguiram emprego, mas ainda não têm dinheiro para alugar e mobiliar casa. A maioria deles, lembra ela, saiu do país de origem deixando familiares (mulher, filhos e pais) que esperam pelo dinheiro para despesas com alimentação, aluguel, roupas, remédios e outras. 


 
Eliana observa que por se tratar de um abrigo temporário, assim que os assistidos arrumam emprego e recebem o primeiro salário precisam deixar o local para que outros migrantes ou imigrantes possam ser recebidos. 


 
Conforme a coordenadora, a prefeitura de Cuiabá vem ajudando a casa com alimentos. O governo do Estado, porém, até o momento não contribui com a assistência aos haitianos. Voluntários também têm atuando na tentativa de amenizar a adaptação dos imigrantes à língua e costumes. 


 
Doações podem ser informadas pelo telefone 3641-1451. 





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