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Policia MT
Quinta - 19 de Dezembro de 2013 às 14:44

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O inquérito que apura o assassinato de dois irmãos, de 8 e 9 anos, em Cáceres, região do Pantanal de Mato Grosso, deverá ser encaminhado à Justiça nesta quinta-feira (19). As vítimas foram afogadas no Rio Paraguai e uma delas esquartejada. Dois adolescentes envolvidos no crime, que ocorreu no dia 4 de dezembro, ainda fizeram sexo com os corpos. Ao G1, a delegada Mariell Antonini Dias disse que está concluindo a investigação e que autuou três dos quatro suspeitos do assassinato.
 


 
O menor de 15 anos, primo das vítimas, e o amigo de 13 anos de idade devem responder pela prática de ato infracional de duplo homicídio qualificado, ocultação de cadáveres - por ter esquartejado e jogado membros do corpo no rio - e vilipêndio a cadáver - que é desrespeito ao corpo humano sem vida. Eles estão internados no centro socioeducativo da região.
 


 
A garota de 19 anos presa por envolvimento no caso também responderá pelos três crimes e ainda por ameaça. Isso porque, segundo a delegada, a jovem teria procurado o irmão das crianças mortas, que conseguiu escapar do grupo e sobreviveu. O menino, de 7 anos de idade, estava junto com os irmãos, às margens do rio, e presenciou o momento em que eles foram assassinados. “Ele teve sorte e conseguiu escapar. Saiu correndo e foi para casa. Mas antes de ser presa, ela [jovem] foi até a casa do garoto e o ameaçou”, pontuou a delegada.


 
 
Já a menina de 11 anos, que também participou do duplo homicídio, está sob a proteção dos pais e devido à idade vai receber apenas acompanhamento psicológico. Mariell Antonini explica que não há outras pessoas suspeitas de participar do crime e que, por isso, deverá finalizar o inquérito nesta quinta-feira (19) e encaminhá-lo à Comarca de Cáceres, cidade distante 220 km de Cuiabá.
 


 
Todos confessaram em depoimento o envolvimento nos homicídios, sendo que o primo das vítimas argumentou que cometeu o crime para se vingar do tio dele, pai das crianças. Ele contou que quando era mais novo o tio o agrediu, provocando um corte em sua cabeça. Além disso, os dois adolescentes disseram que consumiram entorpecentes na ocasião.


 
 
O G1 esteve no local do assassinato e na residência da família das vítimas. O assassinato ocorreu a menos de 1 km da casa delas e de todos os envolvidos. “Estamos passados, chocados, com isso. Não imaginava que ele [suspeito] poderia praticar uma barbárie dessas. É muito triste”, lamentou a dona de casa Edriele Pereira dos Santos, de 26 anos, mãe das crianças assassinadas. Ela contesta o fato da agressão ao sobrinho e diz que o adolescente frequentava a residência dela constantemente.
 



Entenda o caso


 
 
Os menores e as vítimas eram vizinhos e moravam na mesma rua, no Bairro da Empa, em Cáceres. Atraídos pelo primo de 15 anos, as duas crianças e o irmão delas, de 7 anos, foram tomar banho no Rio Paraguai juntamente com as meninas (de 11 e 19 anos). Naquele momento, as vítimas foram afogadas e, depois de mortas, os dois adolescentes violentaram os corpos. Enquanto isso, as garotas seguravam o irmão mais novo, que em seguida conseguiu fugir.


 
 
Eles utilizaram um machado, um facão e um martelo, que estavam em uma casa abandonada próxima ao local. A intenção era esquartejar os dois irmãos, cortar as barrigas e colocar pedras para que afundassem e não fossem encontrados. Mas como perceberam que algumas pessoas estavam se aproximando, desistiram de esquartejar a segunda vítima.


 
 
De acordo com a Polícia Civil, cada um dos suspeitos alegou motivos para o assassinato. A jovem declarou que não gostava das crianças. Ela está grávida de dois meses e presa no presídio feminino da cidade. O adolescente de 13 anos contou que o pai das vítimas teria roubado a bicicleta dele há alguns meses e, por isso, ajudou a matar as crianças. A menina de 11 anos, irmã do menor, apenas declarou que ajudou o grupo de amigos.
 


 
Quando o primeiro corpo foi encontrado, no dia 5 de dezembro, um dia depois do crime, o caso estava sendo tratado como afogamento. O corpo do garoto de 9 anos estava com uma marca roxa no pescoço, mas o laudo constatou que a morte havia sido causada por afogamento. Já o segundo corpo foi localizado no dia 7. No mesmo dia, o pai dos meninos levou o terceiro filho de sete anos até a delegacia, onde a criança detalhou cenas dos crimes e descreveu as roupas do autor, o adolescente de 15 anos.




Fonte: Do G1

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