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Domingo - 24 de Fevereiro de 2013 às 09:46
Por: Carlos Santos

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Tempestade destruiu ao menos seis casas em regiões carentes da cidade. (Foto: Leandro Saadi)



O fotógrafo Leandro Saadi, de 33 anos, registrou momentos do temporal de aproximadamente quatro horas que matou na noite de sexta-feira (22) uma menina de 11 anos e destruiu casas, veículos e acessos viários em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. A chuva continua neste sábado (23).

Além da vítima fatal, a tempestade invadiu cerca de 400 casas em áreas carentes de diferentes regiões da cidade, como Maresias, Barra do Sahy, Juquehy e Sertão do Cambury. A chuva deixou ainda cerca de 130 pessoas desalojadas, além de 20 famílias desabrigadas já que a água destruiu ao menos seis casas.

Saadi contou ainda que passou a madrugada e a manhã auxiliando as pessoas atingidas pelo temporal. "Tudo próximo ao rio ficou destruído, mas houve diversos pontos afetados. A água levou tudo que estava no caminho. Nunca vi nada assim", disse o fotógrafo, que registrou momentos do temporal.Ao G1, Saadi disse que nunca havia presenciado um temporal tão forte e rápido. Morador da  região há 23 anos, ele participou neste sábado (23) dos trabalhos de auxílio às famílias atingidas. "Não sei nem se foi a quantidade de chuva, mas sim a velocidade com que ela desceu. A chuva desceu como uma avalanche de água. Quatro ou cinco casas foram totalmente destruídas. Onde era casa, virou rio", afirmou ao G1.

Foto mostra entrada da garagem da casa onde
morava a criança atingida pela enxurrada.
(Foto: Leandro Saadi)

O fotógrafo relatou ainda que pouco antes de ser atingida pela enxurrada, a mãe da vítima pediu ajuda a um amigo. A mãe da criança morta pela enxurrada é professora e segue internada no Pronto Socorro em estado de choque e com escoriações pelo corpo.

"Elas ficaram na laje da casa, que era um sobrado. Ela disse que só viu uma onda enorme chegar e destruir tudo", afirmou. A mãe foi encontrada durante a madrugada com ferimentos, já a menina só foi encontrada na manhã deste sábado, cerca de um quilômetro de onde ficava a casa.

A região do Areião, no Sertão do Cambury, afoi a mais afetada pela força da água. No local,  200 casas foram invadidas pela água o que obrigou a saída de 54 pessoas que foram para casas de parentes. No mesmo bairro, só que na área do Lobo Guará, a água chegou 2,15 metros de altura e causou a retirada de quase 40 pessoas. Segundo a  Defesa Civil, em Maresias, o alagamento atingiu 117 imóveis e 37 pessoas deixaram suas casas e passaram a noite com parentes.

Estragos
Segundo a Defesa Civil, a casa da vítima ficava em uma área de risco. "A casa dela fica à margem do rio Itú, do lado de uma cachoeira e chovia muito forte. Uma enxurrada atingiu a casa, que foi destruída pela força da água e a vítima foi levada também", disse ao G1 Carlos Eduardo dos Santos, coordenador da Defesa Civil de São Sebastião. Segundo ele, o rio subiu 2.22 metros durante a chuva.

Segundo ele, a família já havia sido orientada a sair do local. "É uma área de risco porque fica muito perto do rio. A casa já tinha 12 anos ali e toda vez que chovia havia preocupação. Já haviam sido orientados e infelizmente aconteceu a tragédia. Todos que moram à beira do rio são orientados, mas a maioria não sai", afirmou.

Uma ponte localizada na Estrada do Cascalho, que dá acesso a Boiçucanga, foi danificada devido ao transbordamento do rio. A ponte foi interditada para o tráfego de veículos.

Segundo o coordenador da Defesa Civil, a chuva durou cerca de quatro horas e teve início por volta das 20h. Foram registrados 99,3mm de chuva em Boiçucanga  e 123,9mm em Maresias. A quantidade de chuva de sexta-feira representa 77% do total da chuva esperada para o mês de fevereiro todo.

A prefeitura montou dois pontos de arrecadação de alimentos e água para ajudar a população. Um deles é na regional da prefeitura em Boiçucanga e o outro na Secretaria de Segurança, que fica na Avenida Guarda Mór Lobo Viana.

Ubatuba
A chuva também provocou estragos em Ubatuba. A água da chuva inundou pelo menos 60 casas na cidade, sendo 40 no bairro Ipiranguinha e 20 no Guarani. Uma família ficou desabrigada e passou a noite em uma escola do bairro. Nas demais residências, a água baixou rapidamente e as famílias não precisaram sair.






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