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Sexta - 22 de Fevereiro de 2013 às 07:49
Por: JOANICE DE DEUS

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Condenado pela prática de crimes de latrocínio, assaltos e homicídios, Sandro Silva Rabelo, mais conhecido como Sandro Louco, reivindicou na manhã de ontem, por telefone, ao futuro secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) melhorias na assistência médica prestada aos 1.950 detentos do Presídio Central do Estado (antigo Pascoal Ramos). O pedido foi feito durante visita à unidade do novo juiz titular da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, Geraldo Fernandes Fidelis Neto. 

Em reunião com 12 representantes dos presidiários, Geraldo Fidelis ligou para Luiz Antônio Pôssas, que assumirá a pasta estadual, falou sobre o encontrou e passou o celular para Sandro Louco. “A saúde aqui é um caso sério. Se tiver alguém passando mal e para morrer, vai morrer mesmo”, disse o detendo, comentado depois que o futuro secretário se comprometeu em resolver o problema. 

Além de questões envolvendo progressão de pena, de presos que já cumpriram a condenação e deveriam estar soltos, os reeducandos reclamaram da comida. O mesmo ocorreu com representantes dos agentes prisionais que se encontraram minutos antes com o juiz. “A comida é péssima. Mais de 60% dos presos jogam a comida fora. Apenas na ala Shelder (para presos provisórios) é um tambor de comida jogado todo dia”, afirmou um dos agentes. 

Por dia, são servidas aproximadamente quatro mil marmitas na unidade. A comida servida aos detentos é a mesma dos policiais. Mas, o problema não estaria na qualidade, mas sim no tempo entre o preparo (5 horas) e do consumo (por volta das 12 horas). Neste intervalo, os alimentos, especialmente as verduras, já estragaram. 

A superlotação somada à falta de efetivo também preocupa. Segundo os agentes, são pouco mais de 150 agentes para cuidar de 1.950 presos, sendo que a capacidade da penitenciária é de aproximadamente 800 detentos. Eles ainda relataram problemas estruturais como esgoto correndo a céu aberto e até falta de algemas. “Temos 20 algemas quando o necessário seriam ao menos 100”, disseram. “Tem um refeitório que há um ano não é concluído e as condições de trabalho são insalubres”, acrescentou. 

Os profissionais mostraram-se ainda preocupados com a realização da Copa de 2014, que irá trazer para a capital turistas de todo o mundo. “Vai chegar a Copa e estaremos com a mesma estrutura e com uma população triplicada”, alertaram. 

Outra situação muito enfocada pelos agentes foi em relação a desvalorização profissional. “Como seres humanos somos desvalorizados e mal vistos pela sociedade”, disse um deles. 

Desconfiados, os agentes lembraram que há pouco tempo o local passou por vistoria feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ainda da morte do agente prisional Wesley da Silva, durante um motim ocorrido em junho do ano passado. “Nada mudou”, afirmaram lembrando que parte do muro que foi explodido durante uma fuga de presos no ano passado até hoje não foi arrumada. Wesley foi assassinado com golpes de chuços (arma artesanal) efetuados por detentos. 




Fonte: Do DC

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