Justiça condena Secopa a pagar R$ 365 mil em indenização a moradora que cedeu terreno

A Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) começa a enfrentar problemas com as desapropriações para as obras da Copa do Mundo de 2014. Uma moradora da região do Coxipó que teve parte do terreno de sua chácara desapropriada para interligação das avenidas Antônio Dorilêo e Beira-Rio conseguiu na Justiça a indenização de R$ 365 mil por cessão de uma área de 8.064 metros quadrados.

Meses após acordo com a equipe de desapropriação da Secopa, a Dona Maria Auxiliadora Prado Dorilêo, reclamava que não recebeu dinheiro e decidiu procurar o Ministério Público alegando que ‘o caso havia sido esquecido sem reembolso pela desapropriação’.

Finalmente na semana passada, a Justiça acatou o recurso da Dona Maria Auxiliadora e determinou à Secopa o imediato pagamento da indenização. A Procuradoria Geral do Estado (PGE) pediu prazo de 10 dias para efetuar o pagamento. O procurador-geral do Estado, Jenz Prochnow Júnior informou que o depósito já estava em fase de procedimento.

Comemoração

Aos 85 anos, a professora aposentada Maria Auxiliadora sempre teve residência modesta na rua Antônio Dorilêo e o sonho de vida melhor. Embora tenha acionado a Justiça contra a Secopa, ela é favorável à obra que lhe tirou um bom pedaço da terra. “Essa Copa está trazendo muitos benefícios para os moradores aqui da região. A construção dessa ponte e a pavimentação dessa estrada, vai melhorar muito o acesso e a nossa vida por aqui. Mas, não posso abrir mão de meus direitos”.

A vitória na Justiça foi festejada pela idosa que tem expectativa de uma vida melhor. “Para mim, isso tudo está sendo uma bênção, porque além de ver essa ponte e essa rua asfaltada, vou realizar um grande sonho com o dinheiro da indenização. Vai dar para ajeitar a minha vida. Sempre fui de família humilde. Trabalhei a vida inteira e comprei essa chácara com muito sacrifício. Estou muito feliz por e agradeço a Deus por tudo”, declarou.

Apesar deste fato, o secretário da Secopa, Maurício Guimarães afirmou que a secretaria não está enfrentando maiores problemas para fazer as desapropriações para as obras do Mundial. “A população tem compreendido a necessidade de execução dessas obras e tem cooperado”, disse ele, lembrando que apenas um caso foi judicializado.

Duas empreiteiras tocam as obras de desbloqueio na região. A ponte sobre o Rio Coxipó, nas rua dos Eucaliptos é executada pela construtora Atrativa, com um custo de R$ 3,9 milhões, com prazo de entrega para este mês. A obra está 95% concluída, de acordo com o cronograma da Secopa. A outra obra – ligação das avenidas Antônio Dorilêo e Beira Rio – está sendo tocada pela Três Irmãos Engenharia com um custo de R$ 7,8 milhões e prazo de entrega para maio deste ano. Essa obra está 25% concluída. Ambas são intervenções de desbloqueio para aliviar os congestionamentos no trânsito da avenida Fernando Correa da Costa, onde acontecem obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).