As delegacias de Várzea Grande, a segunda maior cidade de Mato Grosso, foram vistoriadas nesta sexta-feira (1). De acordo com balanço preliminar divulgado pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do estado (TJMT), a falta de servidores para atender a demanda, cada vez mais crescente, é o principal problema enfrentado pelas delegacias, que são vinculadas à Polícia Civil.
Apesar de não apresentar números, o juiz da Quinta Vara Criminal da cidade, Abel Balbino Guimarães, apontou que precariedade do sistema devido à quantidade reduzida de servidores atrapalha a prestação do serviço ao cidadão. “A palavra ‘falta’ é a mais encontrada nas delegacias. Faltam escrivães, faltam investigadores, faltam delegados, falta estrutura. Quem está trabalhando faz o que pode, mas existe uma limitação da própria estrutura. Isso reflete na falta de resposta para a sociedade”, afirmou o magistrado.
Na região do Parque do Lago, por exemplo, o delegado Simael Ferreira revelou que o número reduzido de servidores reflete, de forma negativa, nas investigações. “A fachada [da delegacia] é bonita, mas a estrutura é precária. Temos problemas diversos. Eu mesmo não consigo concluir os inquéritos”, destacou.
O corregedor auxiliar da Polícia Civil, Landeval Freitas, reconheceu o problema. Ele destacou que o último concurso público abriu diversas vagas para delegado, mas o problema persiste. “Tivemos concurso para delegados e 68 foram empossados, mas muitos foram aposentados, outros entram de licença”, enfatizou. Ainda segundo Freitas, a instituição analisa a possibilidade da realização de mais um concurso público, porém, sem data prevista.
Durante a vistoria foram analisados a separação de celas para homens e mulheres, a existência de adolescentes em conflito com a lei em locais não adequados, o tempo de permanência dos presos nas unidades e a insalubridade. A vistoria ainda contou com a presença da presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Subseção de Várzea Grande, Flávia Petersen Guimarães.
Comentários