Queda na produção de algodão em Mato Grosso pode chegar a 42%, aponta Imea

Mato Grosso deverá registrar queda de 42% na produção de algodão, aponta boletim que será divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta segunda-feira à tarde.

A nova estimativa aponta retração na área de plantio de 498,3 mil hectares para 464,8 mil ha.

Entre os motivos da diminuição no semeio está a menor rentabilidade da pluma por hectare, em relação à soja, por causa dos preços internacionais das duas commodities. A diferença nos preços baseia-se nos estoques mundiais: o algodão com alto volume estocado, enquanto que a soja está com margens apertadas há cerca de um ano.

A variação do preço do algodão em pluma disponível para compra e venda – que de acordo retrospectiva de 2012 divulgada pelo Imea teve na praça Rondonópolis preço médio de R$ 55, é encontrado pelo menor valor, segundo cotação divulgada na sexta-feira (25), no município de Sapezal, a R$ 56. Em Itiquira, cidade localizada na região sul, é registrado maior preço para compra e venda: R$ 57,10.

O aumento, de acordo com a analista do instituto Elisa Gomes, se deve a maior procura pelo algodão em pluma por parte da indústria têxtil. “O aumento da procura pelo produto visa incrementar o estoque para o inverno. No ano passado o setor realizou a compra de pequenos lotes, resultando no desabastecimento da indústria, que precisou refazer suas reservas”.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê crescimento de 3% no consumo de algodão em pluma para 2013. Em 2012 foram consumidos 865 mil toneladas do produto. Este ano o setor deve trabalhar com 887 mil toneladas de algodão em pluma.

Segundo Elisa Gomes, os números em Mato Grosso são insignificantes, tendo em vista que só indústrias atuam no estado. Santana Têxtil e TBM em Rondonópolis e Cooperfibra, em Campo Verde.

Cenário

O cenário previsto para a produção de algodão em 2013 conjectura retração na produção de algodão em pluma no volume de 1,7 milhão de toneladas; a ocorrência de possíveis riscos climáticos para o algodão (2ª safra corresponde a 63% da área plantada); queda nos estoques nacionais de algodão em pluma em 16%; preços com tendência de estabilidade e leve valorização; limitação nas exportações de MT, que deve ficar em 347 mil toneladas e sustentação dos preços na Bolsa de Nova York, caso ocorra equilíbrio entre oferta e demanda.