Lixão forçou fechamento da escola e salas transformaram-se em galinheiro. Caseiro cria galinhas há 4 meses em escola de Tapurah abandonada.
"Quero que vire escola", diz caseiro que cria galinhas em unidade de MT

Mauro Teixeira reside no local há quatro meses e vive da venda dos ovos produzidos pelos animais. Ele conta que quando chegou na escola, um outro rapaz já criava as galinhas no local. Ele deu prosseguimento ao negócio. “Essas [galinhas] que estão aqui fui eu que ganhei. Como aqui já era assim e peguei [ as galinhas] e coloquei aqui”, explica.
 

 

Os animais estão por todo lado. Nas salas de aula, banheiros e até nas pias existem ninhos feitos para elas. Construída em 1997 na zona rural do município, a escola acabou sendo fechada em 2010 por conta da existência de um lixão a céu aberto que se formou em um terreno ao lado da escola. O odor e a fumaça liberados pela queima do lixo invadiam as salas de aulas e tornaram a escola insalubre.

 

Após fechar as portas, a administração da escola deixou para trás uma estrutura que também é consumida pelo tempo. Máquinas de costura e de cortar grama, apostilas, carteiras, mesas, aparelhos de ar condicionado, impressoras, entre outros, estão acumulados em salas de aula sem nenhum uso.

 

A ausência da Vinícius de Moraes também afetou as outras quatro unidades escolares do município. Superlotadas, as salas de aulas abrigam mais de 35 alunos. Em uma delas, um aparelho de ar condicionado é dividido em duas salas. Para o secretário de Educação do município, Jonas Chaparini, o aprendizado das crianças nessas condições está comprometido. “Em salas com muitos alunos, geralmente, o aprendizado não é o mais satisfatório”, salienta.

 

O município tem até quinta-feira (17) para justificar ao Ministério Público o que será feito com o imóvel e materiais do local. A intenção é lacrar o estabelecimento. O atual prefeito de Tapurah, Luiz Umberto Eickhoff, disse ao G1 que a escola retrata um descaso com o dinheiro público.

 

“A gente assumiu há poucos dias. Estamos providenciando uma limpeza para tirar de lá um galinheiro que se formou com o abandono. É um desleixo com o patrimônio público. Essa escola tinha uma estrutura muito boa”, afirmou o gestor.