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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Segunda - 07 de Janeiro de 2013 às 17:44

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O distrito de Posto da Mata, pertencente ao município de São Félix do Araguaia, está, desde o final de semana, sendo "riscado do mapa". Considerado área da reserva indígena Marãiwatsédé, dos índios Xavantes, o local está praticamente deserto. Centenas de pessoas saíram -e foram retiradas- pela Força Nacional de Segurança, cumprindo ordem do Supremo Tribunal Federal de devolver cerca de 145 mil hectares ocupados por fazendeiros, pequenos produtores e diversas famílias há muitos anos, a chamada Gleba Suiá Missu.

Na sexta-feira acabou o prazo para todos saírem. Casas e estabelecimentos comerciais foram desmanchados. O posto de saúde também foi desativado. Nas escolas, carteiras, cadeiras, armários foram levados para São Félix. A Rede Cemat cortou energia elétrica de todas as casas. Um dos dois postos de combustível que funcionava no Posto da Mata estava sendo desmontado. O outro (que deu origem ao nome Posto da Mata) onde os manifestantes estavam usando como local para reuniões e manifestações foi confiscado. "Eles deram um prazo para que a gente retirasse o que tinha no Posto, porém na quarta-feira (02), quando o caminhão chegou para começarmos a desmontar a estrutura, os policiais alegaram que estava confiscado tudo que estava dentro do posto. Eles também não deixaram cortar a energia que está em meu nome. Isso é abuso de poder. As coisas não podem funcionar assim, e o que mais causa indignação é que não temos ninguém para reclamar, parece que as autoridade estão cegas sobre os absurdos que estão acontecendo no Posto da Mata", desabafou o gerente do Posto confiscado, Roberto Soares da Silva (o papagaio).

A Agência da Notícia informa que a prefeitura de Alto Boa Vista está oferecendo ajuda para parte da população que não tem dinheiro se quer para fazer a mudança e nem para pagar aluguel. Na sexta-feira, muitas mudanças foram levadas do Posto da Mata para o município de Alto Boa Vista, as famílias estão sendo abrigadas nas escolas, uma delas a Betel, onde dezenas de famílias estão abrigadas, nas salas de aulas.

A retirada de pessoas que formaram fazendas, sítios, chácaras na área que é considerada dos índios iniciou em dezembro. Houve alguns conflitos entre os moradores e policiais. Os manifestantes também chegaram a queimar um caminhão da Funasa que levava comida aos índios. Também houve várias tentativas dos líderes políticos de Mato Grosso de evitar a retirada de mais de 2 mil pessoas (alguns fazendeiros que criavam centenas de cabeças de gado) do local, mas o STF manteve a sentença e, o governo federal, a ordem de cumprir a medida.

(fotos: Agência da Notícia)






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