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Policia MT
Quinta - 01 de Novembro de 2012 às 08:49

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O ex-policial militar Hércules de Araújo Agostinho confessou que serrou as grades da cela do Raio 5, na Penitenciária Central do Estado, mas afirma que isso ocorreu há 4 meses. Em depoimento prestado à Comissão de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), esta semana, afirma que não tinha a intenção de fugir da unidade prisional, mas de chamar a atenção porque pedidos feitos à direção e até mesmo à Justiça não foram atendidos.

Condenado a mais de 200 anos de prisão pelo assassinato de 15 pessoas, Hércules isentou de qualquer culpa o companheiro de cela, o também ex-policial militar Alessandro Neves da Silva. Por outro lado, nega a existência de uma corda artesanal, conhecida como "Maria Tereza", que teria sido apreendida por agentes prisionais no dia 17 de outubro, quando foi detectado que as grades estavam serradas. Ele afirma que Alessandro só ficou sabendo o que ele havia feito quando ocorreu o procedimento de "bate grade" pelos agentes.

Hércules afirma ter apenas 3 lençóis, uma coberta, duas toalhas, além das roupas íntimas e de uso pessoal, material que está todo na cela. Ele diz que a corda foi "inventada" ou "implantada por alguém". Quanto aos pedidos negados, Hércules se refere ao acesso ao Regulamento Interno Padrão dos Estabelecimentos Prisionais do Estado, ao atestado de conduta carcerária e material para estudo.

Esta não é a primeira vez que as grades da cela de Hércules são encontradas serradas e ele alega que a intenção não era fugir, mas chamar a atenção. Em dezembro de 2006, disse que fez a mesma coisa porque não queria mais permanecer isolado no Raio 5. Ele estava há 30 dias em uma cela individual sem contato com os demais presos. Naquela ocasião, ele foi flagrado por um militar com parte do corpo para fora da cela. A investigação da Polícia Civil, na época, apontou que ele não teve ajuda de policiais militares ou agentes prisionais na tentativa de fuga. O inquérito não conseguiu chegar à conclusão de como a serra utilizada por Hércules, que não foi encontrada, entrou no presídio.

Mudança - a transferência de Hércules para a Penitenciária de Segurança Máxima de Mossoró (RN) foi autorizada pela Justiça Estadual no dia 18 de outubro, mas a data da ida não é confirmada por questões de segurança. Esta será a terceira vez que o ex-PM, considerado braço armado da organização criminosa liderada por João Arcanjo Ribeiro deixará Cuiabá. Advogado de defesa do réu, Jorge Godoy informou que entrou com pedido para que esta transferência seja feita para uma unidade federal mais próxima de Cuiabá, como a de Campo Grande (MS), para possibilitar a visita de familiares.

Outro lado
A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), responsável pelo sistema prisional, não comentou as declarações de Hércules por afirmar que o caso é tratado de forma "reservada". Afirma que a conclusão do PAD será encaminhada à Justiça.




Fonte: A Gazeta

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