Erro de marketing e "imaturidade" política causaram derrota, diz Tião

O prefeito de Várzea Grande Tião da Zaeli (PSD) atribui a sua derrota para o médico Walace Guimarães (PMDB) a falha na estratégia de marketing. A declaração foi feita durante a sua primeira entrevista coletiva nesta segunda (22). Sereno, tendo a seu lado os secretários de Governo e de Infraestrutura Yênes Magalhães e Orestes Oliveira, respectivamente, Tião ressaltou que a comunicação não conseguiu mostrar o avanço que a cidade teve durante este um ano em que ele esteve no comando da cidade. “A mensagem sobre a evolução do município não conseguiu chegar à cabeça das pessoas”, lamenta.

  Tião lembra, por exemplo, que reformou quatro centros cirúrgicos e estendeu o horário de funcionamento das policlínicas, que passaram a funcionar até às 22h e nos finais de semana. Outro feito, segundo ele,foi a reforma de salas de aula, o que resultou em 1.500 crianças a mais na escola, e a inauguração de cinco creches, responsável por atender 700 crianças.

  O gestor esperava que os várzea-grandenses conseguissem desvincular a sua gestão a do prefeito Murilo Domingos (PR), cassado por improbidade administrativa e lamenta o fato disso não ter ocorrido. O social-democrata reclama que não teve espaço no mandato de Murilo para administrar a cidade como programou e propagou na campanha de 2008, quando disputou como vice e que isso também lhe rendeu muito desgaste.

  Tião assume parte da culpa pela derrota nas eleições e não responsabiliza unicamente o marketing. Ele reconhece que o resultado também se deve à sua imaturidade política e o fato de ter feito a campanha sem entusiasmo e desmotivado. Voltou a dizer que fez muito pelo município, mas não governou do jeito que gostaria, tendo em vista que não conseguiu montar a sua equipe de secretários a tempo. “Assumi a prefeitura em agosto de 2011 e só fui conseguir nomear os meus secretários em janeiro deste ano”.

  Durante entrevista coletiva, Tião também demonstrou acreditar que houve irregularidade no processo eleitoral por conta do fato de terem sido encontrados dois sacos com títulos de eleitores clonados. “Há muitos indícios de que houve fraude, até porque o resultado das urnas nos espantou. Uma pesquisa interna nossa mostrava um resultado muito diferente”, pondera Tião, sem dar muitos detalhes.

Prefeito Tião concede 1ª coletiva após derrota ao lado de Orestes e Yênes
  A Justiça Eleitoral ainda investiga o fato e cogita até a realização de uma nova eleição se for comprovado que houve “trapaça” no pleito. Tião diz acreditar na Justiça e defende que a denúncia deve ser apurada independente do que aconteça. O prefeito assegura que da sua parte não há qualquer irregularidade, nem compra de votos muito menos uso da máquina. “Em toda a minha vida nunca respondi sequer um processo do Ministério Público”, exalta.

  Cassação

  Quanto à tentativa da Câmara Municipal de cassar o seu mandato por conta de denúncia de que ele não teria se desincompatibilizado a tempo da administração de suas empresas para assumir a prefeitura, Tião tem confiança que a manobra não vai prosperar. Lembra que é uma denúncia antiga no Legislativo e se diz perseguido.

  Sobre o futuro político, que ele cogitou “enterrar” no dia do pleito, agora dá sinais de que repensa a questão. “Se eu for útil para o meu partido”, resume Tião, sem dar detalhes sobre qual será o próximo cargo que disputará. Ao final, ele ressaltou que vai continuar contribuindo com o município no que puder, ressaltou que o cargo de prefeito não lhe trouxe nenhuma felicidade e nenhuma vaidade. “Caso contrário teria investido mais para ganhar a eleição. Investi o que achei suficiente”.