Santo Afonso: candidato acusa Gordo de compra de votos e abuso de poder econômico
Segundo Washington, popularmente conhecido como Negão, Gordo Salim é investigado pelo Ministério Público Estadual em razão de ter contratado 500 pessoas para trabalhar como cabo eleitoral, com pagamento de R$ 700 até o dia da eleição, em 7 de outubro. No entanto, o município tem 2.290 eleitores, sendo proibido por lei os candidatos terem mais de 100 cabos eleitorais, o que configura abuso de poder econômico.
Diante do fato, conforme Washington, por duas vezes o MP juntamente com a juíza da 17ª Zona Eleitoral, Augusta Prutchansky Gomes, tentaram reduzir o quadro de cabo eleitoral para 10 por cada candidato a prefeito, e 1 para cada pretenso vereador. “Somente o Gordo não aceitou a proposta. Não houve acordo e ele mentiu quando a juíza perguntou sobre as 500 pessoas, alegando que teria apenas 186 cabos eleitorais”, ressaltou. Negão conta que, a partir disso, o candidato republicano passou a devolver os documentos das pessoas, após permanecer na posse dos mesmos por 35 dias. “Depois, ele foi até a residência dessas pessoas e entregou os documentos e mais R$ 200. O restante do dinheiro (R$ 500) ele (Gordo) mandou emissários avisarem que pagaria por fora”.
De acordo com o Negão, dentre os cabos eleitorais que teriam sido contratados por Gordo, apenas 4 tiveram coragem de registrar boletim de ocorrência. “Santo Afonso parece que não tem lei. O que nos preocupa é o fato de o coronelismo na cidade ter se transformado em dinheiro, e até o momento não foi tomada nenhuma iniciativa para reverter essa situação”, desabafou. Outra queixa registrada contra o postulante Venceslau Botelho, é que ele também contratou menores de idade para trabalhar em seu comitê, porém, durante esta semana teria demitido todos. “Ele está cantando vitória desde agora, como se já tivesse ganhado a eleição. Sabemos também que ele está pagando R$ 700 para a população colocar cartazes em frente à suas residências”, disse Washington.
Em 2004, Venceslau foi prefeito de Santo Afonso. Em 2009, após deixar o cargo, foi denunciado por envolvimento na “Operação Sanguessuga”, que desarticulou um esquema fraudulento de compra de unidades móveis de saúde, conhecido como “Máfia das Ambulâncias”.
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