Brito recorre para reverter perda em TV e diz que falou apenas verdade

O candidato Carlos Brito (PSD) informou na noite de ontem, instantes após debate realizado no Conselho Regional de Medicina, que sua assessoria jurídica já havia entrado com recurso para tentar derrubar a determinação judicial que o penalizou com a perda de 17 minutos de horário eleitoral, em conseqüência dos programas sobre o aborto.

Além de recorrer na Justiça, Brito afirmou que está sendo punido sem ter cometido irregularidades. “Não dissemos mentiras. Esse tempo que nos tiraram é menos tempo para falarmos as verdades”, afirmou.

O marketeiro de Carlos Brito, Júnior Brasa, declarou que o “Comitê da Verdade” não vai se deixar intimidar. “Estamos tratando com as verdades, não colocamos nada além da verdade. Agora, se a verdade ofende...”, provocou.

Decisão do juiz eleitoral Paulo Márcio de Carvalho tirou 17 minutos e 30 segundos da Coligação Sentimento Cuiabano encabeçada por Brito em direito de resposta à exploração do tema legalização das drogas e do aborto. A decisão foi concedida em favor da Coligação Cuiabá, Mato Grosso Brasil, cujo candidato é Lúdio Cabral (PT). Também foi aplicada multa de R$ 5 mil.

“Brito tem sofrido sucessivas derrotas na justiça por descumprimento à legislação eleitoral e os pedidos de respostas para os programas também devem ser analisados ainda esta semana. Estamos confiantes de que teremos o pedido deferido. Vale lembrar que outra representação já foi protocolada contra a coligação do candidato referente ao programa veiculado nesta quarta-feira que volta a tratar do assunto aborto. Lúdio já se posicionou contrário e ele insiste em denegrir o nosso candidato que tem feito uma campanha limpa e propositiva”, argumenta o advogado José Patrocínio, responsável pela ação.

“Na propaganda sobre a qual se debruça, excedeu os limites da publicidade aceitável. Como percebe o ilustre promotor eleitoral, há no material mensagem subliminar, a denotar que a causa da legalização do aborto e das drogas é embandeirada pelo candidato Lúdio Cabral. Ademais, vislumbra-se, no caso, conteúdo claramente ofensivo. Com efeito, não se pode negar, que o candidato Carlos Brito, ao bradar “sou cristão e tenho princípios”, nada mais faz do que dizer que ainda que de maneira oblíqua, que o candidato Lúdio não partilha da mesma fé, nem se guia de maneira igualmente ética”, consta de trecho da decisão.