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Cidades/Geral
Quarta - 19 de Setembro de 2012 às 18:32

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A maior parte dos funcionários dos Correios aderiu à greve da categoria iniciada nesta quarta-feira (19). Um balanço parcial da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares) indica que 84% dos funcionários aderiram à paralisação, o equivalente a 100,8 mil dos 120 mil empregados. Isso quer dizer que 4 em cada 5 estão parados.

Ainda de acordo com o sindicato, a paralisação atinge funcionários dos Estados do Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Piauí, Roraima, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Alagoas, Paraná, Amazonas, Sergipe, Paraíba, Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Espírito Santo, além do Vale do Paraíba, de São Paulo e das cidades paulistas como Bauru, Campinas e São José do Rio Preto.

Segundo nota divulgada pelos Correios, porém, a adesão é menor e apenas 9% dos trabalhadores cruzaram os braços. Assim, somente 10,7 mil funcionários pararam em 19 Estados e no Distrito Federal.
 
Na tarde desta quarta-feira, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) determinou que, ao menos, 40% do quadro efetivo continue trabalhando nas agências. Isso quer dizer que, pelo menos, 48 mil funcionários não poderão cruzar os braços.

O presidente da Fentect, Edson Dorta, reclamou da decisão da Justiça e disse que a postura do TST é o mesmo que “retirar o direto de greve” da classe.

— Como que é esse negócio de que você tem direito a greve, mas tem que manter 40% trabalhando? Qual é o direito a greve? Direito a greve é sem restrição.

Dorta diz que, no momento que a decisão da ministra Maria Cristina Peduzzi, que conduziu a audiência de conciliação hoje entre as partes, foi proferida, a categoria se recusou a fechar um acordo.

— A gente contestou a decisão da ministra alegando que os serviços dos Correios não são essenciais. A própria Constituição Federal não estabelece o serviço de Correios como um trabalho essencial. Ela mesmo disse que, em outra oportunidade, ela disse que já deu pareceres diferentes porque não é um serviço essencial.

A juíza alegou que a manutenção dos serviços é necessária por causa da proximidade do período eleitoral e a necessidade de manutenção dos serviços. Por causa da falta de acordo, o TST definiu que, caso a determinação não seja cumprida, a Fentect será multada em R$ 50 mil por dia. 

Dorta disse que espera que esse valor não seja cobrado até a próxima segunda-feira (24), que é o prazo final para que a contestação seja apreciada na Justiça.

A decisão de que 40% dos funcionários devem trabalhar será publicada no Diário Oficial da Justiça da próxima quinta-feira (20). 

Entregas

 
Para garantir a entrega de cartas e encomendas à população, os Correios afirmaram, em nota, que estão adotando medidas como realocação de empregados das áreas administrativas, contratação de trabalhadores temporários, realização de horas extras e mutirões nos fins de semana.

A empresa informou também que todas as agências de correio estão funcionando normalmente em todo o Brasil e nenhum serviço foi suspenso até o momento.

Mais agências paradas


Até a próxima terça-feira (25), os sindicatos do Acre, Maranhão, Bahia, Juiz de Fora, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Ribeirão Preto, Santa Maria, Santos e Uberaba também farão assembleias e poderão aderir à greve. De acordo com Dorta, a tendência é que essas regiões de fato tomem parte na paralisação.

— Nós temos exigências, a gente não quer negociar nada.

Negociações

A federação reclama que a empresa não repassa os lucros aos trabalhadores e pede reajuste de 43% (33% de reposição e 10% de aumento real) para a categoria, além de aumento linear de R$ 200, benefícios, esclarecimentos sobre possíveis mudanças no plano de saúde empresarial, pagamento de bonificação no final de ano e melhorias das condições de trabalho.

Na audiência de conciliação, a ministra Cristina Peduzzi propôs reajuste salarial de 5,2%, aumento linear de R$ 80, pagamento de bonificação no final de ano em parcela única de R$ 575 e a negociação conjunta das demais questões reivindicadas pelos trabalhadores.

A ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) rejeitou o aumento linear de R$ 80, argumentando impacto de cerca de R$ 950 milhões. Dorta reclamou da situação atual dos funcionários dos Correios.

— Os trabalhadores dos Correios têm um monte de problemas. Questões do trabalho, questões sociais e tem salário atrasado. Hoje quem entra nos correios ganha R$ 942.

As partes (funcionários e direção da empresa) têm até o meio-dia da próxima segunda-feira (24) para se manifestar sobre o andamento das negociações. Caso não haja retorno, o caso será encaminhado à ministra do TST, Kátia Arruda, que será relatora e definirá a data do julgamento.





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