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Quinta - 09 de Agosto de 2012 às 15:21
Por: Kelly Martins

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Assessoria/TRE-MT
eleição na aldeia indígena Mehinako, um dos locais de difícil acesso
eleição na aldeia indígena Mehinako, um dos locais de difícil acesso

Mais de oito mil índios estão aptos a votar nas eleições municipais em Mato Grosso, de acordo com estatísticas do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), e a votação por aldeia chega a custar até R$ 25 mil. Isso por conta de diversos locais de difícil acesso que se faz necessário montar uma força-tarefa no transporte para conseguir chegar nas regiões. São 8.268 indígenas que deverão comparecer às urnas em outubro.

O secretário de Administração e Orçamento do TRE-MT, Nilson Fernando Gomes, disse em entrevista ao G1 que os indígenas estão distribuídos em 19 municípios mato-grossenses. Segundo Gomes, é necessário o uso de aeronaves, barcos e caminhonetes para chegar a esses locais, sendo que nove municípios são considerados os mais precários em acesso. Para se chegar nessas aldeias é necessário alugar um helicóptero e um avião bimotor, fazendo com que o valor gasto em todo o aparato do transporte fique entre R$ 10 mil e R$25 mil, conforme a Justiça Eleitoral.

“São nove lugares de dificílimo acesso e, por isso, temos que alugar as aeronaves ou requisitar de outros órgãos públicos. E essa dificuldade recai na logística e o transporte é o maior gasto nas eleições”, ressaltou.

Na lista de aldeias está a da comunidade de São Lourenço, em Aripuanã, localizada a 976 km de Cuiabá, a qual a urna é levada de helicóptero para a aldeia Mehinako. Lá são 49 índios que deverão comparecer ao local de votação, cujo voto chega a custar pouco mais de mil reais, como prevê o Tribunal Eleitoral, ao passo que o voto fora das aldeias custa R$ 4,60 por eleitor. O Tribunal deve gastar R$ 53,6 mil com o transporte de helicóptero até a região de Aripuanã.

O avião bimotor percorre as aldeias Metuktirê e Capoto, no Parque Nacional do Xingu. Na região de São Félix do Araguaia e São José do Xingu está a aldeia Diauarum. Em Peixoto de Azevedo e Matupá o avião percorre a aldeia Capoto, que fica próxima à região onde caiu o avião da Gol, em 2006. O bimotor também levas as urnas a Juína, Santo Antônio de Leverger, Paranatinga e Gaúcha do Norte.

Bimotor leva urnas até as aldeias do Parque Nacional do Xingu (Foto: Assessoria/TRE-MT)
Bimotor leva urnas até as aldeias do Parque Nacional do Xingu (Foto: Assessoria/TRE-MT)

 

O secretário explica que, além das urnas eletrônicas e servidores da Justiça Eleitoral, também é necessário uma equipe formada por policiais federais e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) que acompanham a votação nas aldeias e auxiliam nos contatos. “Os policiais são necessários por se tratar de território da União e os servidores da Funai nos ajudam com os contatos com os índios, como na língua e cultura”, frisa.

Além dos obstáculos naturais, a dificuldade no transporte ainda consiste nas estradas e pontes mal conservadas, decorrentes da falta de infraestrutura no interior do estado. O planejamento inicial, muitas vezes, dá lugar às ações de emergência para transpor essas barreiras, como ocorreu no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, no dia 3 de outubro de 2010.

Na ocasião, servidores do TRE-MT tiveram que utilizar cordas para vencer a correnteza de um rio, após a ponte cair. Como precaução, as urnas são transportadas em caixas de plásticos à prova d"água e que flutuam, caso caia em rio.

Servidores enfrentam dificuldades após queda de ponte no interior de MT (Foto: Assessoria/TRE-MT)
Servidores enfrentam dificuldades após queda de ponte no interior de MT (Foto: Assessoria/TRE-MT)

 

Orçamento
A previsão do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) é gastar R$ 10 milhões nas eleições municipais deste ano, o correspondente a quase R$ 5 milhões a mais do que na eleição de 2008. A elevação do custo também se deve ao aumento de eleitores. Em 2008, 1.993.134 de mato-grossenses estavam aptos a votar. Hoje, já ultrapassa o número de 2 milhões de eleitores. Ao todo, são 41,6 mil servidores envolvidos nas eleições municipais em Mato Grosso, com 29.316 mil mesários.





Fonte: Do G1 MT

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