Em Juara, "guerra eleitoral" pode deixar apenas um na disputa por votos
Disputar uma eleição com menos adversários possíveis. Quanto nada, enfraquece-los perante o eleitorado, com denuncias de irregularidades, e o tradicional discurso do risco do “voto perdido”. Essa tem sido a tônica nestes primeiros dias da campanha eleitoral na cidade de Juara, no Noroeste de Mato Grosso. Pelo menos entre dois dos chamados principais nomes para ganhar a preferência do eleitorado. A cidade tem quatro candidatos que pediram registro na Justiça Eleitoral e se todas as impugnações prevalecerem, sobrará apenas uma na cidade. Como as instâncias de recursos são muitas, a discussão promete se arrastar.
A briga é intensa e é acompanhada diretamente por dois políticos de expressão da cidade: de um lado o deputado José Riva, presidente da Assembléia Legislativa, secretário-geral do PSD, que tenta retomar a hegemonia política do município; de outro, a deputada Luciane Bezerra, do PSB, mulher do atual prefeito Oscar Martins Bezerra, candidato a reeleição, que tenta se manter no topo da cidade.
Já no dia 12, a coligação “Juara para Todos” que tem como candidatos a prefeito e vice-prefeito dos partidos PDS e PT, José Alcir Paulino e Isac Pintor, respectivamente, protocolou na tarde do dia 12 a impugnação de registro de candidatura de Oscar Bezerra. O advogado da coligação, Gleison Paglioco, explicou que a fundamentação do pedido é quanto ao cumprimento da “Lei Ficha Limpa”. Ou seja, a aliança liderado pelo grupo de Riva evidencia a condenação do candidato socialista em várias ações, com julgamento em grau de recurso. Bezerra estaria inelegível por mais 8 anos a contar do termino de sua a pena de 3 anos recebida em sentença de grau colegiado, mesmo tendo sido cumpridas.
São três condenações por crime eleitorais. “Inclusive o candidato ficou impedido de disputar o pleito eleitoral no ano de 2010 por tais fatos e por isso que o mesmo esta enquadrado na Lei Ficha Limpa, que segunda a mesma, depois do cumprimento da pena, o condenado fica impedido e disputar as eleições por um período de 8 anos , após o cumprimento da condenação, pois tem seus direitos políticos suspensos e por esse período fica portanto, inelegível para disputar qualquer pleito” - disse Gleison, em entrevista a Rádio Tucunaré, reproduzida pelo site da emissora.
A coligação liderada por Oscar Bezerra, a “Juara Nossa Vida”, composta pelos partidos PSB e PMDB, não deixou por menos. Entrou com três pedidos de impugnação de registro de candidaturas no mesmo dia, 12, contra o candidato Alcir Paulino. A fundamentação do pedido se deve às contas de gestão rejeitas no Tribuna de Contas do Estado, referentes ao exercício de 2009. Na “guerra eleitoral” de Juara, sobrou até para o vice de Paulino, impugnado sob a alegação de não ter se desincompatibilizado da atividade sindical dentro do prazo previsto na legislação.
Para não deixar “pedra sobre pedra”, a coligação de Oscar Bezerra ainda ingressou com a impugnação da candidatura de Valdinei Holanda Moraes, o “Nei da Farmácia”, do Democratas, sob a alegação de que teria registrado seu pedido de candidatura no Cartório Eleitoral fora do prazo, ou seja, no dia 05 às 19 horas e 22 minutos, quando o prazo máximo terminaria às 19 horas em ponto, conforme a Resolução do TSE nº 23.341 - 1. Além disso, o grupo de Bezerra questionou em juízo a indicação do vice de Nei: na convenção teria sido anunciado o nome do pecuarista Jorge Mariano (DEM), mas, ao registrar a candidatura no 27º Cartório Eleitoral de Juara, o DEM apresentou outro nome, o do pecuarista Luiz Pereira da Costa, popular “Zoca”.
Até aqui, em Juara, apenas a candidatura de Aparecida Pereira da Silva Félix, a “Cida Félix”, da aliança “Juara em Primeiro Lugar”, segue sem ser incomodada. Cida é filiada ao PP.
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