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Quarta - 04 de Julho de 2012 às 20:41

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Reprodução
A casa que pertenceu ao governador Marconi Perillo foi colocada à venda por R$ 2,5 milhões em uma imobiliária
A casa que pertenceu ao governador Marconi Perillo foi colocada à venda por R$ 2,5 milhões em uma imobiliária

A casa que pertenceu ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), foi colocada à venda no site de uma imobiliária por R$ 2,5 milhões. Foi no imóvel, localizado no residencial Alphaville Flamboyant, bairro nobre de Goiânia, que o contraventor Carlinhos Cachoeira foi preso pela Polícia Federal em fevereiro deste ano, em uma ação para desarticular o esquema de exploração de jogos ilegais do bicheiro.

O imóvel é anunciado na página como "ex-casa do governador de Goiás". Com 450 m², a residência tem quatro suítes, com closets, garagem para seis automóveis, escritório, piscina, jardim e churrasqueira. "Casa perfeitamente dividida, decorada com bom gosto e ótima qualidade. Aconchegante, linda e ideal para viver uma família feliz", diz o anúncio.

A venda da casa foi um dos assuntos que levou Perillo a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. Aos parlamentares que investigam as relações de Cachoeira com autoridades, Perillo afirmou que não há contradições na transação, realizada porque precisava de um lugar maior para receber convidados, como governador.

Segundo Perillo, o imóvel seria vendido por R$ 1,4 milhão ao ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez, que na hora de fazer a documentação da venda, afirmou não ter dinheiro para quitar a dívida. Garcez, conforme o governador, disse que repassaria o negócio ao empresário Walter Paulo Santiago - que é suspeito de atuar como "laranja" de Cachoeira -, e entregou três cheques pré-datados para março, abril e maio de 2011.

O Terra tentou na noite desta quarta-feira contato com a imobiliária que colocou o anúncio no ar, mas não teve sucesso.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.





Fonte: Terra

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