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Segunda - 02 de Julho de 2012 às 08:48
Por: Edilson Almeida e Luiz Acosta

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Como diria o presidente Lula, “nunca antes na história” de Cuiabá um candidato a vice-prefeito foi tão valorizado para uma eleição. A explicação é muito simples: eles são a base para transformar os candidatos a prefeitos – em sua maioria, hoje – em candidatos a governador ou outro projeto político maior em 2014. Por mais que os discursos falem ao contrário, a cidade está em segundo plano. Prova disso é que nenhum dos candidatos colocados para a sucessão do também  ex-vice Chico Galindo apresentou algo que possa a parecer com uma proposta para tornar a sofrida cidade a ter um padrão mais compatível  com outra cidade qualquer. 
 
Foi-se o tempo em que vice era apenas um coadjuvante do processo eleitoral. Para se ter uma vaga idéia, na primeira gestão de Roberto França, o vice foi Roberto Nunes, que, poucos dias depois de eleito, renunciou ao cargo. Sabia por “a” mais “b” que não assumiria o cargo. O mesmo aconteceu com Luiz Soares, que acabou se revelando um dos últimos bons secretários de Saúde. 
 
De lá para cá, o tema “trampolim” virou moda. Todos os que passaram pelas convenções partidárias do final de semana garantiram que “cumprirão os quatro anos” de mandato, a saber. Contudo, nem papel assinado em cartório tem validade nessa hora e o eleitor de Cuiabá deverá ir às urnas sabendo que poderá estar elegendo um prefeito para governar uma cidade combalida por apenas – apenas e tão somente – dois anos. Afinal, o alvo é o Palácio Paiaguás ou o Senado Federal. 
 
De todos, a vice mais cobiçada era de Mauro Mendes, do PSB. Ex-candidato a prefeito em 2008 e candidato a governador em 2010, não há em Cuiabá ninguém que possam garantir que Mendes ficará os quatro anos. Nome da moda na política, embora atrapalhado na hora de tomar decisões, de  estilo inflexível, Mendes foi “caçado” pelos partidos de todas as formas – todos antevendo um compartilhamento de mandato; Totó Parente, do PMDB, que o diga. Razão pela qual quase perdeu o apoio do senador Pedro Taques, do PDT, que planeja ser candidato a governador em 2014 também.
 
Para se ter uma idéia de quanto o vice está sendo importante, as negociações em torno de nomes para candidato a vice-prefeito ainda não acabaram, passadas as convenções. Até agora Carlos Brito, candidato a prefeito de Cuiabá pelo PSD e Guilherme Maluf, do PSDB, partidos considerados grandes no Estado, ainda não definiram quem vai ser seu companheiro de chapa nas eleições de outubro.
 
Ambos buscam o apoio do Democratas que, historicamente (desde que era PFL) sempre teve dificuldades para eleger prefeito e vereadores em Cuiabá, mas, em contrapartida, tem um bom tempo de TV no Horário Eleitoral, fundamental para massificação das campanhas e das propostas dos candidatos majoritários.
 
Na convenção realizada no sábado (30), o PSDB anunciou o DEM como um dos aliados, porém, a militância tucana rejeitou quase por unanimidade a indicação do nome do presidente do diretório municipal da sigla, Leonardo Arêa Leão, que até pouco tempo era apenas assessor do senador Jayme Campos e não possui experiência política e muito menos densidade eleitoral e isso acabou causando um impasse que pode tirar o DEM da base de Maluf e empurrá-lo para os braços de Carlos Brito, que vem negociando exaustivamente uma possível aliança com as lideranças democratas .
 
Maluf disse que anuncia na quarta-feira (4) o nome do vice, o mesmo devendo ocorrer com Brito, já que é o último prazo dado pela Legislação Eleitoral para formação definitiva de chapas e registro das candidaturas junto ao TRE. Caso o DEM troque realmente Guilherme Maluf por Carlos Brito, a ideia defendida pela maioria da militância é buscar uma solução caseira, com a indicação da ex-deputada federal Thelma de Oliveira (viúva do ex-governador Dante de Oliveira, já falecido), passando o PSDB a ser o único partido a disputar as eleições de 2012 com chapa pura.
 
A incógnita maior é se Carlos Brito vai aceitar a indicação do DEM, Leonardo Leão, para o cargo de vice. Caso isso não ocorra, o DEM estará trocando seis por meia dúzia, porque, de qualquer forma vai ter de lutar sozinho para tentar eleger um ou dois vereadores, uma vez que as coligações servem apenas para a chapa majoritária e não nas proporcionais (que elege vereadores).
 
Brito deu uma demonstração de força e arregimentação política e a convenção do PSD e os aliados PSC, PSDC e PRTB, no Ginásio Dom Aquino, no sábado, foi a mais movimentada, barulhenta e com presença maciça de militantes. O ex-deputado estadual tem um histórico respeitável de mobilização, uma vez que é oriundo do movimento comunitário e chegou a ser detido diversas vezes pela polícia por organizar protestos e defender os direitos dos moradores do Parque Cuiabá, do qual era presidente, no final da década de 80 e início de 90.
 
Além do DEM, o candidato do PSD ainda tenta uma composição com o PTB, do prefeito Chico Galindo, cujos militantes estão liberados para apoiar quem quiserem , o PTN, o PHS e o PSL.





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