O PTB do prefeito de Cuiabá, Chico Galindo, realizou a convenção partidária na noite desta quarta (27) num clima de total afinidade com o PSDB, do pré-candidato Guilherme Maluf.
Sem Brito, Galindo caminha a passos largos para coligar PTB com o PSDB

Com a ausência do ex-secretário de Comunicação e pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá, Carlos Brito (PSD), o PTB do prefeito Chico Galindo, realizou a convenção partidária na noite desta quarta (27) num clima de total afinidade com o PSDB, do também pré-candidato Guilherme Maluf. Apesar disso, o partido deixou para 30 deste mês a definição entre caminhar sozinho ou apoiar outra legenda. “Saímos com a decisão iniciada de independência, mas me deram autonomia para decidir ainda entre coligação ou candidatura própria”, disse o prefeito, diante dos 600 militantes que lotaram o auditório da AMM, em Cuiabá.

O próprio Galindo, no entanto, já declarou ter preferência por Maluf. “Vou respeitar a decisão da executiva municipal, caso defina pela independência, mas se for coligar tenho simpatia pelo deputado”, reforçou ao chegar no evento. O presidente do PSDB no Estado, deputado federal Nilson Leitão, também acenou para a eventual coligação. “Você, Chico, deve ser o grande ator desta eleição, tem moral para isso e tem que liderar um grande grupo, mesmo sem ser candidato”.

Maluf referendou as declarações do colega e, nas entrelinhas, cobrou reciprocidade. “Galindo fez enfrentamentos que marcaram a história de Cuiabá e o PSDB apoiou estas medidas. É difícil dissociar esta união. Eu não teria impedimento de somar se o senhor fosse o candidato”. Da mesma opinião de Galindo, inclusive em relação à independência, o suplente de deputado federal Oswaldo Sobrinho (PTB), que assume nos próximos dias a vaga do senador Jayme Campos (DEM), também defendeu o apoio a Maluf. “Esta é a minha proposta. Temos que continuar com o PSDB, que não tem vergonha da nossa história e nos defende. Não acho que devemos caminhar sozinhos”, disse, entre aplausos.

Em contrapartida, parece que azedou a relação entre PTB e PSD, representado apenas pelo presidente municipal, deputado Eliene Lima. “Buscamos uma aproximação, mas respeitamos o que o PTB decidir”. O curioso é que enquanto os sociais-democratas, que “brigam” pelo apoio dos petebistas, parecem ter ignorado a convenção, as lideranças do PP compareceram em peso. O deputado federal Pedro Henry, que preside o partido no Estado, disse acreditar que PP, PTB e PSDB estarão juntos neste pleito. “Quero que o DEM também integre este amplo arco numa proposta que dê continuidade aos trabalhos”, acrescentou.

Além de Henry, compareceram os progressistas Ezequiel Fonseca, secretário-geral da sigla e ex-presidente da AMM, e o ex-presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Deucimar Silva, presidente do PP na Capital. O presidente da Câmara Júlio Pinheiro (PTB), por sua vez, fez questão de dizer que nesta quarta ficou sacramentada a independência, mas que a decisão final cabe ao prefeito. Aparentando querer “apagar” as suspeitas de que, junto aos outros 4 parlamentares da sigla, teria fechado acordo financeiro com Maluf em troca de apoio, afirmou que a executiva decidirá o melhor para o PTB.

Na convenção também não foram homologados os candidatos a vereador, cuja oficialização ficou para sábado. O partido tem hoje 39 pré-candidatos, sendo 27 homens e 12 mulheres. O número, contudo, deve ser reduzido, pois a intenção é coligar com mais três legendas. “Mas não abrimos mão de ter pelo menos 25 candidatos”, declarou o presidente do PTB na Capital Dilemário Alencar.