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Sexta - 08 de Novembro de 2013 às 23:12
Por: Walmir Santana

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O Ministério Público do Trabalho (MPT) realiza na próxima quarta-feira (13), o seminário de lançamento do Fórum Mato-grossense: Agrotóxicos, Saúde e Meio Ambiente. O evento acontece na sede da Procuradoria Regional do Trabalho da 23ª Região, em Cuiabá, das 8h às 12h.


 
A procuradora Regional do Trabalho do MPT no Paraná, Margaret Matos de Carvalho e o professor doutor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Wanderlei Pignati, autor da pesquisa realizada entre 2007 e 2010 no município de Lucas do Rio Verde-MT, já confirmaram a presença. O evento é uma parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que apontou a existência de resíduos de agrotóxicos no leite materno de 100% das amostras analisadas.


 
De acordo com as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) aproximadamente 3 milhões de pessoas são intoxicadas anualmente em decorrência da utilização de agrotóxicos. No Brasil, a situação se torna mais grave: o país ocupa, desde 2008, a liderança no consumo desses produtos, cujos efeitos maléficos, que podem ocorrer meses, anos ou até décadas após a exposição, vão desde doenças neurológicas, hepáticas, respiratórias e renais até câncer e má-formação genética.


 
A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) aponta que, no Brasil, na safra de 2011, foram plantados 71 milhões de hectares de lavoura temporária (soja, milho, cana, algodão) e permanente (café, cítricos, frutas, eucaliptos) e pulverizados 853 milhões de litros (produtos formulados) de agrotóxicos, principalmente de herbicidas, fungicidas e inseticidas. Isso representa uma média de uso de 12 litros/hectare e exposição média ambiental/ocupacional/alimentar de 4,5 litros de agrotóxicos por habitante.


 
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), boa parte das amostras de frutas, legumes e verduras consumidos pelos brasileiros (especificamente 36% em 2011 e 29% em 2012) apresentou altas taxas de resíduos de agrotóxico. Foram monitoradas 3.293 amostras de 13 alimentos, como arroz, feijão, tomate e maçã.


 
A ideia de acordo com o procurador do Trabalho Leomar Daroncho, é que o Ministério Público do Trabalho reúna esforços com organizações governamentais e não-governamentais, sindicatos, universidades, poderes Legislativo e Judiciário, ampliar o debate com a sociedade.


 
Nosso Estado é o maior consumidor brasileiro de agroquímicos (fertilizantes químicos e agrotóxicos), principalmente no plantio de grãos, seguido de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, segundo o IBGE (2006), SINDAG (2011) e Theisen (2012).





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