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Quarta - 06 de Junho de 2012 às 07:25
Por: Renata Neves

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A direção estadual do PPS dissolveu o diretório municipal da sigla em Cuiabá após denúncias de envolvimento de filiados no desvio milionário de recursos da Conta Única do governo do Estado. Hoje (6), será nomeada uma comissão provisória que irá comandar o partido durante seis meses, podendo ser prorrogáveis por mais seis, conforme estatuto da municipal.

O anúncio da dissolução foi feito ontem, pouco mais de um mês após deflagração da operação “Vespeiro” pela Polícia Civil. Entre os socialistas envolvidos no esquema estão o ex-vice-presidente do PPS de Cuiabá, Gil Vicente Ferreira Gomes, e sua ex-esposa, Vânia Terezinha Coelho, em cuja conta foram movimentados R$ 344,7 mil, segundo relatório elaborado pela Auditoria Geral do Estado (AGE).

Vânia compareceu na última segunda-feira (4) à Delegacia Fazendária (Defaz) para prestar esclarecimentos. Ela é ex-cunhada do ex-servidor terceirizado da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) que confessou participação na fraude, Edson Rodrigo Ferreira Gomes.

Elizabeth Alves da Guia, esposa do secretário-geral do PPS de Cuiabá, Luciano Barros Rocha, também figura no rol de investigados. Em depoimento à polícia, ela admitiu ter cedido sua conta bancária a Edson Rodrigo e feito alguns saques para ele, mas garantiu que não recebeu nenhuma parte do montante movimentado. Como prova de que não recebeu nenhuma quantia, apresentou cópia de seus extratos bancários e documentos que comprovam que possui um carro financiado que, inclusive, está com parcelas atrasadas.

O secretário-geral do diretório regional do PPS, Antônio Máximo, informou que a decisão de dissolver o diretório municipal da sigla foi tomada de forma unânime entre os dirigentes partidários, uma vez que a direção municipal não tomou qualquer tipo de providência em relação aos filiados acusados de envolvimento no esquema.

“Membros dirigentes do Diretório Municipal ou filiados que aparecem como acusados de envolvimento deveriam, também, sofrer processo na comissão de ética, assim que as denúncias vieram à tona”, diz trecho da nota encaminhada à imprensa.

Máximo ressaltou, contudo, que o partido não faz juízo de valor em relação à eventual participação dos filiados na fraude. “Não estamos considerando-os culpados, afinal todos têm direito à ampla defesa”.

A insatisfação da Executiva regional em relação à municipal acontece desde 2010, quando o vereador Ivan Evangelista foi cassado. “O diretório municipal deveria ter aberto processo junto à Comissão de Ética para averiguar os motivos da cassação e aplicar as sanções estatutárias aplicáveis ao caso. Nada foi feito”!

Segundo Antônio Máximo, desde essa época a imagem do partido vem sendo desgastada junto à opinião pública, “sem que a direção municipal tomasse medidas rápidas e eficazes assim que apareceram as primeiras denúncias”.

Apesar da situação, Máximo garante que a participação do partido na eleição municipal deste ano não será prejudicada. Segundo ele, apenas os dirigentes da Municipal perderão os cargos. “Os filiados e pré-candidatos, é bom deixar claro, não terão nenhuma restrição”.

O Diário tentou entrar em contato com Wagner Simplício, que até então respondia pela presidência do diretório municipal, mas ele não atendeu aos telefonemas nem retornou as ligações.

Ex-vice-presidente do diretório, João Batista de Oliveira informou que o então presidente sugeriu que a Comissão de Ética ouvisse a socialista Vânia Terezinha Coelho, mas, até o momento, isso não aconteceu.






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