Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 18 de Abril de 2012 às 18:44

    Imprimir


Denise Soares/G1
Depois de perder a visão, Eliza quebrou o fêmur e passa o dia em uma cama.
Depois de perder a visão, Eliza quebrou o fêmur e passa o dia em uma cama.

Eliza Gonçalves Ormond nasceu em Rosário Oeste, a 133 quilômetros de Cuiabá e completa 105 anos nesta quarta-feira (18). A centenária foi casada duas vezes, teve 14 filhos e perdeu as contas de quantos netos, bisnetos e tataranetos tem. A dica para viver tanto tempo, de acordo com Eliza, é procurar ser feliz e ter fé em Deus. “A vida é boa né. Espero poder viver mais”.

Apesar da idade avançada, Eliza se recorda das histórias e momentos que passou ao lado dos maridos e da família. Sendo a única filha viva dos cinco irmãos, ela guarda com carinho a lembrança mais querida: as viagens a cidades e estados brasileiros.

“Passeei bastante. Já fui em muitas cidade de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Bahia”, disse em entrevista ao G1. A aniversariante diz que quando era criança estudou pouco, apenas o primário. “Eu apanhava da minha madrasta. Era muito arteira e não dava trégua para os outros”, contou.

Antes de completar 15 anos, começou a trabalhar fazendo a limpeza de restaurantes e quitandas. Foi em um dia de trabalho que ela conheceu o primeiro marido, o professor Sebastião Rondon, com quem foi casada por 32 anos e teve seis filhos.

“Ele era ciumento, aprontava e gostava de sair. Mas eu também era ciumenta, então acho que [ o casamento] era equilibrado”, pontuou. Eliza ainda passou vários anos na confecção de redes artesanais, toalhas de mesa e outras malhas para ser comercializadas.

Em 1933, Rondon, o primeiro marido de Eliza, passou por complicações de saúde por ter diabetes e faleceu. Alguns anos depois, Eliza conheceu o segundo marido, o garimpeiro Rosalvo Ormond. “Com ele eu viajei muito. Em 1937 saíamos montados em cavalos da cidade de Poxoréo (MT) para Campo Grande (MS). De lá fomos de trem para São Paulo e em seguida pegamos barcos para chegar na Bahia”, recordou.

Na volta dessa mesma viagem, Eliza estava grávida da filha Maria Aparecida. Em cima de um cavalo, Eliza e Rosalvo voltavam para Mato Grosso quando tiveram que parar em Anápolis (GO) para que Eliza tivesse a filha. “Ficamos lá mais de um ano. Anápolis era bonita naquela época. Não imagino como esteja a cidade hoje”, disse.

Eliza ficou novamente viúva em 1998, quando Rosalvo faleceu por problemas cardíacos. Desde então, quem cuida dela é a filha mais velha, Rosália Ormond, de 76 anos. A família cresceu tanto que nem os filhos sabem em número exato quantos são os netos e descendentes de Eliza. Segundo Rosália, são mais de 60 netos, 50 bisnetos e 30 tataranetos.

Há seis anos a centenária perdeu a visão dos dois olhos. “Ela não enxerga mais direito, apenas alguns vultos. Mesmo assim ela fazia tudo sozinha. Em uma dessas ocasiões, no mês passado, ela caiu ao tentar sentar na cama e quebrou o fêmur”, explicou a filha Rosália. Mesmo com as limitações, perguntada sobre um possível novo namorado ou casamento, Eliza responde com ironia. “Sempre tem um pretendente né”.





Fonte: Do G1 MT

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/54025/visualizar/