Com 19 anos de atuação, um policial militar foi expulso do cargo nesta quarta-feira (11) em Mato Grosso por ameaçar um comerciante e exigir R$ 50 mil dele para libertá-lo. Segundo consta na portaria divulgada nesta quinta-feira (12) no Diário Oficial, o suspeito que estava fardado usou uma viatura da PM para abordar a vítima no estabelecimento comercial dele que fica em Poconé, a 104 quilômetros de Cuiabá. Pelo crime, a Justiça condenou o PM a cinco anos e nove meses de prisão em regime semiaberto.
Junto com outros dois homens que não foram identificados, o policial manteve o comerciante sob custódia por mais de três horas no interior do comércio e impôs como condição para que fosse libertado que pagasse R$ 50 mil. No entanto, como a vítima alegou não ter a quantia exigida, os suspeitos o algemaram, o colocaram na viatura e o deixaram na entrada de Nossa Senhora do Livramento, distante 42 km da capital, que fica próximo a Poconé.
No documento, o comandante-geral da PM do Estado em exercício, coronel Jorge Catarino Morais Ribeiro, pontua que a comissão processante emitiu três relatórios acerca do caso e, em dois deles, concluiu que o policial não era culpado devido à falta de provas da participação dele no crime, mas por fim, com base em uma decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), concluiu que o policial cometeu o crime de extorsão contra o comerciante.
Com a condenação da Justiça, comprovou-se a participação ativa do policial no crime, "ferindo os princípios éticos, morais, além de não cumprir os deveres e obrigações previstos no Estatuto dos Militares Estaduais". O episódio ocorreu em maio de 2008 e, na época, o policial chegou a ser preso, mas foi solto. Na data ele não estava na escala de serviço da polícia.
No processo judicial consta que o policial disse ao comerciante que sabia que ele tinha vendido uma fazenda e estava com o dinheiro. "Como a vítima alegava não possuir o dinheiro, começaram a reduzir o valor até que a exigência passou a ser R$ 5 mil. Ao tomar conhecimento de que as autoridades locais já se encontravam em seu encalço, o denunciado liberou a vítima em um posto de gasolina", diz trecho da decisão da Segunda Câmara Criminal do TJMT.
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