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Sexta - 25 de Outubro de 2013 às 18:12

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Com os olhos molhados, vermelhos por chorar após a leitura da sentença de 19 anos de prisão em regime fechado ao mandante do assassinato de seu filho, dona Josefina Paes de Barros fez um apelo: “Quero que meu filho seja lembrado como um herói moderno. Graças a ele acabou a pistolagem em Mato Grosso”.

Josefina é mãe de Sávio Brandão, antigo dono do jornal Folha do Estado, que foi assassinado em frente as obras da então nova sede do periódico em 2002, a mando do ex-bicheiro e, segundo o Ministério Público Federal, ex-chefe do crime organizado de Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro.

Segundo a condenação do mandante, o crime foi uma vingança pelo fato do veículo de comunicação de Sávio denunciar as atividades criminosas de Arcanjo. Pouco tempo após a execução, foi deflagrada a operação “Arca de Noé”, que desarticulou todo esquema de jogo do bicho e de agiotagem ilegal comandado pelo homem classificado então pela Folha do Estado como o Al Capone de Mato Grosso
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“Ele é um mártir e a história de Mato Grosso precisa contar isso. Ele morreu denunciando crimes”, ratificou a irmã de Sávio, Luísa Marilia de Barros, que acompanhou a mãe durante as mais de 10 horas de julgamento que foram necessárias para a condenação de Arcanjo, nesta quinta-feira (24).




O suficiente

Apesar de recém ter sido julgado, mais de uma década após a execução, existe lastro judicial para que Arcanjo deixe a prisão a qualquer momento. Isso porque como já está há dez anos, já foi cumprido o 1/6 da pena, tempo necessário a progressão de regime (o crime de Arcanjo antecede a lei dos crimes hediondos). A prisão preventiva que o mantinha preso também foi suspensa.




Isso seria o suficiente para revoltar muitos pais que viram seus filhos mortos a mando de alguém, mas não a dona Josefina. Para ela, a condenação foi o suficiente para se fazer Justiça e, devido ao estado atual de Arcanjo, ela sente até mesmo pena do criminoso.

“Essa condenação foi o suficiente. Não me importa se ele logo vai estar solto. A pior pena dele (Arcanjo) é a humilhação que ele passou. Vocês viram como esse homem está? Ele está seco. Muito diferente de quando foi preso. Eu tenho pena dele”, disse a mãe de Sávio Brandão.




Arcanjo está muito mais magro do que na época em que foi preso. A década que passou preso alterou o semblante do mandante do assassinato de Sávio Brandão. Se em outrora foi um dos mais temidos homens de Mato Grosso, hoje se parece com um homem com a saúde debilitada e desgastados por uma década atrás das grades.






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