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Sem a construção da contestada Usina de Manso, as chuvas já poderiam ter causado grandes estragos em Cuiabá
As chuvas de verão já castigam muitas cidades brasileiras, como Belo Horizonte, em Minas Gerais (MG), São Paulo (SP) e dezenas de outras nos estados do Sul. Já em Cuiabá, graças à Usina Hidrelétrica de Aproveitamento Múltiplo de Manso, a última enchente do ocorreu em 1995, quando o Rio Cuiabá atingiu oito metros e causou estragos nos principais bairros ribeirinhos da cidade. Atualmente, a grande preocupação das autoridades públicas locais é apenas quanto a possíveis transbordamentos de córregos que cortam a cidade.
No Cuiabá, a maior enchente foi registrada em 1974, quando o rio atingiu a cota de 10 metros e desabrigou 20% da população cuiabana. Porém, levantamentos recentes mostram que sem a construção da Usina de Manso as chuvas já poderiam ter causado estragos talvez piores que os registrados nos anos 70. Operada por Furnas Centrais Elétricas, a usina foi inaugurada em 2000.
“No Carnaval de 2010 passou por Cuiabá uma vazão de 2.400 m³ por segundo. Na época, Manso subiu muito e segurou uma vazão de 1.200m³/s. Se não fosse a barragem, a vazão que passaria pela cidade seria de 3.600 m³/s. Na cheia de 1974, foram 3.300 m³/segundo”, informou o professor-mestre Rubem Mauro, do Departamento de Engenheira Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
E olha que uma obra pública nunca causou tanta polêmica como a construção de Manso, que fica na vizinha Chapada dos Guimarães (a 65 quilômetros de Cuiabá). Na época, a construção foi contestada por ambientalistas, políticos e Ministério Público Estadual.
Entre os impactos positivos e negativos, o professor Rubem Mauro avalia o funcionamento da usina como eficiente. “Tem sido eficiente no controle da enchente e seca no Rio Cuiabá. Só que também controla a cheia no Pantanal, que vive da cheia”, contrapôs.
Na seca, lembra o professor, a vazão no rio que antes era de 80 m³/segundo (o que dá para abastecer uma cidade como São Paulo), passou para 170m³/segundo com a construção da barragem. “Isso é bom porque, com mais água, tem o poder de despoluir o esgoto, contribui para a navegação e ajuda no abastecimento de água da cidade ao facilitar a captação”, disse.
Mauro observou ainda que ao segurar a vazão em determinadas épocas do ano, como no período de defeso (entre novembro e fevereiro), a barragem influencia na reprodução dos peixes. Porém, ele destaca que hoje o grande problema que o Estado enfrenta é a falta de chuvas.
CÓRREGOS - O coordenador da Defesa Civil da Capital, Oscar Amélito Alves dos Santos, lembra que atualmente a grande preocupação é quanto aos possíveis alagamentos ou inundações de córregos por causa do lixo descartado nas ruas - que entope os canais e bueiros - ou pelo fato de a cidade estar cada vez mais impermeável. “Hoje, nosso grande problema são as enxurradas”, afirma.
Em abril de 2001, um temporal provocou o transbordamento de córregos como o Barbado e Ribeirão do Lipa atingindo bairros como Castelo Branco e Praeirinho. Mais de duas mil pessoas ficaram desabrigadas e dez morreram. Sobre o Rio Cuiabá, Oscar Amélito observa que a barragem fechada diminuiu em 35% a vazão.
“A usina abrange os rios Casca e Manso. Com precipitação acima do lago, a barragem segura no nível da enchente. Mas, se for abaixo, não ajuda muito. Nosso termômetro é Rosário Oeste”, acrescentou.
Em uma situação de emergência, segundo ele, as autoridades públicas têm 72 horas para evacuar as áreas que serão atingidas.
No Cuiabá, a maior enchente foi registrada em 1974, quando o rio atingiu a cota de 10 metros e desabrigou 20% da população cuiabana. Porém, levantamentos recentes mostram que sem a construção da Usina de Manso as chuvas já poderiam ter causado estragos talvez piores que os registrados nos anos 70. Operada por Furnas Centrais Elétricas, a usina foi inaugurada em 2000.
“No Carnaval de 2010 passou por Cuiabá uma vazão de 2.400 m³ por segundo. Na época, Manso subiu muito e segurou uma vazão de 1.200m³/s. Se não fosse a barragem, a vazão que passaria pela cidade seria de 3.600 m³/s. Na cheia de 1974, foram 3.300 m³/segundo”, informou o professor-mestre Rubem Mauro, do Departamento de Engenheira Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
E olha que uma obra pública nunca causou tanta polêmica como a construção de Manso, que fica na vizinha Chapada dos Guimarães (a 65 quilômetros de Cuiabá). Na época, a construção foi contestada por ambientalistas, políticos e Ministério Público Estadual.
Entre os impactos positivos e negativos, o professor Rubem Mauro avalia o funcionamento da usina como eficiente. “Tem sido eficiente no controle da enchente e seca no Rio Cuiabá. Só que também controla a cheia no Pantanal, que vive da cheia”, contrapôs.
Na seca, lembra o professor, a vazão no rio que antes era de 80 m³/segundo (o que dá para abastecer uma cidade como São Paulo), passou para 170m³/segundo com a construção da barragem. “Isso é bom porque, com mais água, tem o poder de despoluir o esgoto, contribui para a navegação e ajuda no abastecimento de água da cidade ao facilitar a captação”, disse.
Mauro observou ainda que ao segurar a vazão em determinadas épocas do ano, como no período de defeso (entre novembro e fevereiro), a barragem influencia na reprodução dos peixes. Porém, ele destaca que hoje o grande problema que o Estado enfrenta é a falta de chuvas.
CÓRREGOS - O coordenador da Defesa Civil da Capital, Oscar Amélito Alves dos Santos, lembra que atualmente a grande preocupação é quanto aos possíveis alagamentos ou inundações de córregos por causa do lixo descartado nas ruas - que entope os canais e bueiros - ou pelo fato de a cidade estar cada vez mais impermeável. “Hoje, nosso grande problema são as enxurradas”, afirma.
Em abril de 2001, um temporal provocou o transbordamento de córregos como o Barbado e Ribeirão do Lipa atingindo bairros como Castelo Branco e Praeirinho. Mais de duas mil pessoas ficaram desabrigadas e dez morreram. Sobre o Rio Cuiabá, Oscar Amélito observa que a barragem fechada diminuiu em 35% a vazão.
“A usina abrange os rios Casca e Manso. Com precipitação acima do lago, a barragem segura no nível da enchente. Mas, se for abaixo, não ajuda muito. Nosso termômetro é Rosário Oeste”, acrescentou.
Em uma situação de emergência, segundo ele, as autoridades públicas têm 72 horas para evacuar as áreas que serão atingidas.
Fonte:
Do DC
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/63656/visualizar/
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