Professora fica revoltada com a presença do prefeito de Alto Paraguai em manifesto

Prefeito Adair José caminhou junto com os professores da rede municipal pedindo aumento de salário e revoltou os participantes.

Os professores de Alto Paraguai saíram pelas principais ruas e avenidas do município vestidos de preto num simbólico cortejo fúnebre ao piso salarial da classe.

A manifestação iniciou na manhã desta terça-feira (18) com algo inusitado para os professores, o prefeito Adair José Alves Moreira (PMDB) e o secretário municipal de Educação estiveram presentes. Também vestido com uma camiseta da cor preta o gestor municipal seguiu o cortejo. Sorrindo e acenando para os presentes mais parecia que o ato não tinha nada a ver com ele.

A professora Luzia Moreira da Silva desistiu da passeata quando viu o prefeito sorrindo em meio aos educadores, Luzia apareceu em frente à Prefeitura e desabafou: “Porque ele [prefeito] até hoje não fez nada por nós? O ano que vem é ano político”, destacou.

“O ano que vem ele não irá fazer nada, quem entende de política sabe que o ano que vem ele não poderá fazer e nós vamos continuar com esse salário de miséria, de fome de vergonha. Eu estou indignada!”, enfatizou olhando para o prefeito.

Os professores pediram aumento, carregando um caixão simbolizando o funeral do salário inicial de R$ 630,00 chegando na casa dos R$ 1.400,00 para os que têm 20 anos de carreira.

>> Prefeito joga responsabilidade para o Estado

O prefeito Adair José Alves Moreira disse que Alto Paraguai não tem condições de aumentar o salário do professor, e ressaltou que também fez parte da manifestação para cobrar o Estado. Restando ao governador Silval Barbosa (PMDB), que é do mesmo partido que o prefeito, arrumar uma solução para o salário dos professores da rede municipal.

“Estamos participando da manifestação dos professores, engrossando a voz da categoria para que o Estado cumpra com a lei e faça esse repasse. Alto Paraguai quer que os profissionais da educação tenham aumento, só que precisa de ajuda. A lei estabelece que o município tem direito de ser ajudado”.

Adair José afirmou que o município não tem condição financeira para oferecer reajuste salarial e precisa de apoio da União e do Estado.