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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 05 de Outubro de 2011 às 08:59

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Nove internos do Centro Socioeducativo da Capital são transferidos para unidades do interior na tentativa de evitar novas mortes. Os jovens transferidos, segundo a juíza Célia Regina Vidotti, estão sendo ameaçados e fazem parte de uma lista de "jurados de morte". Foram 2 execuções em um prazo de 27 dias, seguidas por 2 ocorrências de fugas. Pelo fato das unidades das cidades de Cáceres e Rondonópolis também estarem com problemas de superlotação, outros internos serão trazidos de lá para a Capital, inclusive em número maior, em um sistema de permuta. Dos 9 que serão transferidos, 5 vão para Rondonópolis e 4 para Cáceres.

Cerca de 15 horas depois da morte do adolescente Wellington Silva dos Anjos, 17, com 130 golpes de chuço (arma artesanal), na noite do domingo (2), 4 internos conseguiram escapar. Eles cavaram um buraco na parede da ala 1, por volta das 15h de segunda-feira (3), e chegaram ao pátio interno. Em seguida pularam o muro, usando uma corda artesanal feita de lençóis. A instalação de uma concertina (cerca de aço) sobre o muro, já autorizada, poderia ter evitado mais esta fuga. No dia 18 de setembro 11 adolescentes escaparam da unidade na madrugada, também pulando o muro, depois de arrebentarem o cadeado dos quartos. No dia 6 de setembro havia sido executado, com dezenas de golpes de chuço, o interno Maxsuell Elias da Silva Almeida, 17. Informações obtidas pela Polícia Civil nas investigações dão conta que a segunda morte se- ria vingança decorrente da execução de Maxsuel.

A juíza que atua na 2ª Vara da Infância e Juventude de Cuiabá aponta a precária estrutura dos prédios que abrigam os cerca de 90 internos como fator de risco para eles. As armas usadas nos 2 últimos crimes foram fabricadas com ferragens retiradas das paredes. A interdição de várias alas pela falta de condição de ocupação por serem insalubres, provoca a superlotação de outras, agravando os conflitos dos jovens colocados em condições sub-humanas.

Desde que assumiu a Vara, no mês de abril, a magistrada denuncia os problemas estruturais do Centro, que funciona em um prédio sucateado e que em algumas alas foi adaptado para receber os adolescentes. A falta de atividades de ressocialização, com cursos profissionalizantes e atividades desportivas é outro ponto cobrado por Célia Vidotti. Segundo ela, para promover a recuperação dos adolescentes em conflito com a lei, as unidades devem manter no máximo 40 internos envolvidos em atividades. Quando assumiu a Vara havia cerca de 200 adolescentes no Pomeri, grande parte vinda do interior. Cerca de 50 estão na internação provisória, aguardando aplicação da medida socioeducativa, em uma unidade anexa, dentro do Complexo Pomeri.

Sejudh - A Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) informou pela assessoria que não vai se pronunciar sobre as transferências por questão de segurança. Informou ainda que ontem mesmo estavam começando as obras para instalar a concertina sobre o muro da unidade.




Fonte: Do GD

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