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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Terça - 04 de Outubro de 2011 às 23:25

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A hipertensão arterial, verdadeira epidemia dos tempos modernos, é um grave problema de saúde pública que atinge mais de 1 bilhão e meio de pessoas no mundo, 36 milhões no Brasil e mais de 100 mil em Cuiabá (33,4% dos adultos).


Responsável por 80% dos acidentes vasculares cerebrais (“derrames”) e 40% dos infartos do miocárdio, apresenta um elevado custo social e econômico. Além de ser a principal causa de afastamento do trabalho, contribui de forma importante para o aumento da morbidade e da mortalidade cardiovascular, considerada hoje a primeira causa de morte no Brasil e no mundo.


Pouco diagnosticada, e por isso conhecida como “assassina silenciosa”, na maioria dos casos não dá sintomas, é insuficientemente tratada e apenas 20% da população tem sua pressão arterial sob controle (abaixo de  “14 por 9” - 140/90 mmHg).


A hipertensão arterial, importante linha de pesquisa, é estudada há mais de 10 anos pelo Instituto de Saúde Coletiva (ISC) e Unidade de Hipertensão Arterial do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFTM). Uma tese de mestrado agora concluída pelo médico e pesquisador Fábio Liberali Weissheimer, sob orientação do professor doutor Luiz Scala, revelou que a incidência de hipertensão arterial, isto é, o surgimento de novos casos, atingiu níveis alarmantes na cidade de Cuiabá.


Estudo com representatividade populacional da população adulta de Cuiabá, conduzido nos últimos 7 anos, revelou que 58,5% dos adultos que tinham pressão arterial na faixa de 120/80 a 139/89 mmHg, isto é pressão normal ou limítrofe da normalidade, desenvolveram pressão alta. Isto equivale a dizer que 80% dos adultos com pressão normal, em especial os de faixa etária acima de 40 anos e idosos, em um período de 10 anos, tornam-se hipertensos.


Segundo o médico Fábio Liberali Weissheimer, “o estudo revelou que o desenvolvimento da hipertensão se relacionou com fatores de risco bem conhecidos como o aumento da idade, a obesidade e o baixo nível socioeconômico. Além disso, hábitos como passar mais de 4 horas por dia assistindo TV ou lidando com o computador também se associaram com o surgimento da hipertensão”.


Outro dado do estudo, citado pelo professor doutor Luiz Scala, coordenador do grupo de pesquisa, mostrou que o mais alarmante foi o fato de que 86% destes “novos hipertensos” não estavam com sua pressão controlada, expondo-os às lesões dos órgãos-alvo da hipertensão, tais como coração, cérebro, rins e vasos, e suas temíveis complicações: infarto, derrame, cegueira, insuficiência cardíaca e renal, aneurismas, morte.


Apenas em duas Capitais brasileiras estudou-se a incidência da hipertensão (novos casos) em suas populações: Porto Alegre (2008) e, atualmente, Cuiabá. Este estudo proporcionará que as autoridades de saúde de Cuiabá e Mato Grosso promovam programas de prevenção e combate à hipertensão e fatores de risco cardiovascular.


Sabe-se que em Cuiabá uma significativa parcela da população apresenta sobrepeso, obesidade, consumo excessivo de sal e álcool, sedentarismo, estresse, diabete, condições que contribuem para este alarmante panorama no campo das doenças cardiovasculares, as que mais matam.


Simpósio de Hipertensão Arterial


No período de seis a oito de outubro, a Sociedade Brasileira de Cardiologia de Mato Grosso (SBC-MT) realizará em Cuiabá o V Simpósio de Hipertensão Arterial da SBC-MT, no Centro de Eventos do Pantanal. No primeiro dia (6),será ministrado curso de capacitação em hipertensão arterial para a rede pública de saúde de Mato Grosso, no qual os participantes poderão se atualizar e reciclar nesta área do conhecimento médico.


O curso é gratuito apenas para os médicos da rede pública  devidamente credenciados pelas Secretarias Municipal e Estadual de Saúde de Mato Grosso, com carga horária superior a 20 horas. O V Simpósio continuará nos dias sete e oito de outubro, com a presença de mais de 30 especialistas de renome nacional, regional e local. Este simpósio abordará desde o tratamento das emergências hipertensivas às mais modernas técnicas de abordagem da hipertensão arterial.

No sábado (8), o Simpósio focará a “apnéia do sono”, doença que acomete geralmente as pessoas que roncam, e causa de aumento de risco cardiovascular. O convidado de renome internacional, Dr. Sérgio Tuffik (SP), fará uma grande conferência sobre “Perspectivas da Medicina do Sono”.






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