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Politica MT
Terça - 04 de Outubro de 2011 às 19:26

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“O Governo Federal faz cortesia com o chapéu dos outros. Precisamos fazer com que o governo rediscuta o pacto federativo”. A crítica é do senador Jayme Campos (DEM-MT), ao comentar a Lei Kandir durante o programa Assunto de Estado, da TV Senado, nesta segunda-feira (03), em que foram discutidos temas como Código Florestal, Agronegócio e Copa do Mundo de 2014 com os senadores da bancada de Mato Grosso.

Ao defender um novo pacto federativo, o senador Jayme Campos reconheceu que a Lei Kandir desonerou o Mato Grosso, “grande produtor de commodities”, porém, lamentou o descompasso que existe na distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE). “Lamentavelmente, Mato Grosso embolsa uma ninharia em relação ao que recolhe em impostos para a União”, criticou.

No início do programa, Jayme Campos respondeu pergunta do jornalista Armando Rollemberg a respeito das queimadas que atingem o estado. Para ele, os números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) “não retratam a verdade”.  Jayme afirmou que focos de incêndio no Mato Grosso estão concentrados nas reservas indígenas e nos assentamentos e disse que o problema das queimadas deve ser enfrentado pelos governos “federal e estadual, com ajuda das prefeituras para evitar, sobretudo, as queimadas clandestinas”.

Sobre o Código Florestal, o senador democrata defendeu segurança jurídica para as áreas consolidadas. “Não dá para trocar pneu com o carro em andamento”, comparou.  Jayme quer também que o novo código retrate a realidade das regiões brasileiras e os diversos biomas do país. O senador citou o exemplo do etanol produzido “há mais de trinta anos” no Meio-Norte do estado e que, segundo afirmou, um decreto governamental suspendeu a produção. “Na verdade, o governo está contra o povo brasileiro. O produtor que contribui com a balança comercial não aguenta mais essa situação”, disse o parlamentar indagando quem de fato vai reger as leis florestais no Brasil, “as Semas, o Ibama?”, questionou.

Jayme Campos ao falar da logística brasileira voltou a criticar o governo. Segundo ele, a produção brasileira é onerosa e sem competitividade. “Falta boa vontade do governo. As rodovias estão deploráveis, os portos ultrapassados e as ferrovias sucateadas”, lamentou. O senador defendeu o modelo intermodal para o escoamento da produção e disse ainda que vai apresentar um projeto que obrigue a construção de eclusas para que os rios, ao gerarem energia hidrelétrica, também possam ser navegáveis.

Quando o assuntou chegou aos preparativos para a Copa do Mundo de 2014, Jayme Campos disse que, diante da escassez de recursos, o governo federal deveria se responsabilizar pelos investimentos, “pelo menos num primeiro momento”, e que o legado precisa ser bem maior do que o gasto de R$ 1,7 bi para a construção do estádio e do VLT. “Cuiabá cresceu muito. As avenidas estão ultrapassadas. Precisamos melhorar os serviços essenciais. Não se pode fazer uma Copa do Mundo sem leito hospitalar disponível. Também precisamos melhorar na Segurança Pública e na exploração do potencial turismo”, enumerou Jayme.

Em discussão no Senado Federal, os royalties do Pré-Sal também foi tema do debate. Jayme Campos defende que os royalties sejam divididos entre todos os estados brasileiros. Conforme disse, o Brasil precisa de um novo conceito sobre arrecadação dos recursos obtidos com a extração, mas “que é preciso respeitar os contratos com os estados produtores”.

Jayme Campos avaliou que o crescimento econômico de Mato Grosso não está ligado à distribuição de renda. “É lamentável que esse crescimento não chegue aos mais necessitados. Mato Grosso tem criado verdadeiros bolsões de miséria”, disse Jayme. Ele cobrou investimentos em saúde. “Hoje praticamente 60% da população interiorana de Mato Grosso vem para Cuiabá e Várzea Grande, o que inviabiliza o atendimento nos hospitais destas cidades”, disse Jayme.

Ao final do programa, o democrata elogiou a iniciativa da TV Senado e disse que espera outra oportunidade de debater os grandes temas do Mato Grosso com seu colegas de bancada. “Essa é um momento ímpar para discutirmos nossas questões. É meritório o que tem feito a TV Senado, divulgando nossas atividades no Senado Federal. Ao contrário do que muitos pensam, senador trabalha muito”.






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