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Terça - 04 de Outubro de 2011 às 10:36
Por: RAFAEL COSTA

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Marcos Bergamasco/Secom-MT
2005: o traficante boliviano Rivero, então prefeito de San Matias, circula ao lado de Blairo Maggi
2005: o traficante boliviano Rivero, então prefeito de San Matias, circula ao lado de Blairo Maggi

Cinco dos oito homens que controlam o tráfico de drogas no Brasil, dentro ou fora da cadeia, atuam fortemente em Mato Grosso e consideram o Estado essencial para ampliação de negócios ilícitos.

A revelação consta em reportagem especial da revista Época, assinada pelos jornalistas Hudson Côrrea e Leonardo Souza, que circula nesta semana.

Conforme a publicação, um dos chefes do tráfico é o ex-prefeito de San Matias, Huber Velardi Ribeiro, município boliviano que fica a 80 Km de Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá).

Sua prisão foi decretada pela Justiça Federal de Mato Grosso, porém, ele continua em liberdade e toca negócios fraudulentos na Bolívia.

De acordo com denúncia do Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso, a quadrilha boliviana troca entorpecentes por carros roubados em Cáceres, Cuiabá e Alto Garças (357 km ao Sul de Capital). De Mato Grosso, a cocaína abastece estados brasileiros como São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Rondônia.

A reportagem revela ainda que o traficante Huber Riveiro costumava se encontrar com o então governador Blairo Maggi (PR), em eventos públicos que debatiam a integração econômica do Brasil com a Bolívia.

Um desses encontros ocorreu em fevereiro de 2055, quando Maggi liderou uma expedição estradeiro e foi recebido por Riveiro, então prefeito de San Matias. O fato registrado pela Secretaria de Comunicação Social (Secom).

Rivero se afastou da política depois que acusações atingiram sua imagem, porém, elegeu como sucessor o sobrinho Denny Villaroel.

Cáceres: entrada para cocaína

O município de Cáceres é controlado por megatraficantes, que enxergam no território a porta de entrada para comercializar drogas. Por conta disso, é a cidade brasileira que mais favorece a entrada da cocaína no país.

Conforme dados fornecidos à revista pelo delegado federal Dennis Maximino do Ó, em 2003, o volume de cocaína apreendida em Cáceres chegava a 100 quilos. Em 2010, saltou para 1,4 mil quilo.

O comércio de drogas comandado por Rivero e seu irmão Adan Ademilson, leva ambos a ser considerados pela Polícia Federal "barões do tráfico". A Procuradoria da República denunciou os dois à Justiça Federal, por fazerem parte de uma quadrilha com a qual foram apreendidos 913 quilos de cocaína e quase meio milhão de dólares, em junho de 2009.

Domínio do tráfico

Quem também usa Mato Grosso como terreno para atividades criminosas é o traficante Lourival Máximo da Fonseca, que está foragido da Justiça brasileira. A PF suspeita que ele esteja escondido na Bolívia.

Conforme Época, os entorpecentes de origem boliviana são lançados em fazendas localizadas em Cáceres. As remessas também são feitas por terra, principalmente em Corumbá (Mato Grosso do Sul). Os Estados abastecidos com a cocaína são Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Bahia.

O traficante Maximiliano Dorado Munhoz Filho, mesmo preso no Brasil por lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, também ordena o lançamento de cocaína por aviões, em propriedades rurais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, para abastecer o comércio da droga em Rondônia, São Paulo e Paraná.

A droga que também é lançada para a Europa passa por Mato Grosso. O traficante Luiz Carlos da Rocha, o "Cabeça Branca", foragido da Justiça brasileira, traz a cocaína da Bolívia em aviões e manda lançá-las em fazendas de Cáceres.

A partir daí, segue em caminhões até o São Paulo e Rio de Janeiro, para abastecer o mercado nacional, e é enviada a Europa, em meio a mercadorias.

Condenado a 17 anos e 8 meses de prisão pela Justiça Federal de Santa Catarina, o traficante brasileiro Jarvis Chimenez Pavão traz entorpecentes da Bolívia em aeronaves paraguaias, que seguem para Cáceres e descem para abastecer Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.






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