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Cidades/Geral
Sábado - 03 de Setembro de 2011 às 07:12
Por: DAFNE SPOLTI

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A violência na Grande Cuiabá está mais expressiva durante os primeiros sete meses de 2011, quando comparado o mesmo período do ano passado. Pelo menos é o que apontam os dados registrados pela Polícia Civil mês a mês, com aumento de registros de homicídio, latrocínio, roubo e furto. O maior crescimento é do crime de latrocínio, de 71%. Em seguida vem furto de automóveis, com 50% de aumento, e roubo de veículos, com 38,5%. As ocorrências gerais de roubo tiveram o menor crescimento: 11%.

Com esse contexto de aparente descontrole sobre a violência, somados aos fatos da última semana – assalto a banco, ao carro-forte com quatro homicídios, greve dos policiais civis e outros - muitas pessoas estão em permanente estado de alerta, algumas demonstram inclusive pavor, na região.

A dona-de-casa Delma Santos Pereira, de 36 anos, mãe de três filhos (20, 15 e 5 anos), moradora do bairro Jardim Vitória, está sempre atenta. Ela disse que se sente “com medo e afugentada”. Quase não está saindo de casa, principalmente à noite, e vive com a porta trancada. “Se deixar aberta é um convite pro ladrão entrar”, disse ela. Delma lamentou o medo que sente pelos filhos. “Falo sempre para eles tomarem cuidado e não reagirem em caso de assalto”. Quando estão em alguma festa, disse que não dorme até que voltem para casa, tamanha a preocupação. “Nunca fiquei tranquila, mas agora está 100% pior. Parece que quanto mais ladrão se prende, mais ladrão aparece”.

Para o funcionário público João Batista Barbosa, 47, morador do bairro Dom Bosco, casado e pai de dois filhos (13 e 23 anos), a greve dos policiais especificamente não está alterando nada, porque a PM (e não a Civil) é quem faz a segurança de forma direta. “O problema de segurança é geral. A greve não vai afetar”. João Batista afirmou, porém, que está cada vez pior o nível de violência e que também tem suas precauções.

“Quando estou chegando em casa vejo sempre se não tem ninguém e só daí entro. Mas graças à Deus nunca aconteceu nada”. Ele disse que tem portão eletrônico e cachorro em casa, o que dá mais segurança. Outro cuidado de João Batista e sua esposa é buscar sempre o filho mais novo na aula de inglês, que é à noite. Mas ele não dá muitos sermões sobre segurança para os filhos, apesar de ficar preocupado, porque isso poderia deixá-los demasiadamente alarmados.

Para Naldson Ramos, sociólogo e pesquisador do tema segurança, a população precisa entender que há momentos de crise na sociedade por conta das instituições e de valores. Segundo ele, porém, isso não deve impedir a população de sair para a rua. “Pelo contrário. Você retrair por medo só favorece os criminosos”. Ele disse que todos devem continuar suas rotinas e que, mesmo agora, com a greve, há outros policiais e outras formas de a população se proteger.

Naldson explicou que nos momentos em que a sociedade fica desassistida é perigoso acontecer a “justiça com as próprias mãos” e reforçou que “não devemos nos precipitar saindo armados na rua”, lembrando da greve dos investigadores.




Fonte: Do DC

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