3 já comandaram VG em apenas 1 mandato; em Tangará da Serra, 4
Embora boa parte da cúpula republicana se preocupe mais com a instabilidade política em Várzea Grande, o deputado estadual Wagner Ramos, presidente do diretório regional do PR em Tangará da Serra, lembra que a cidade vive uma situação ainda mais crítica. "Várzea Grande teve três prefeitos, nós tivemos quatro", ressalta.
Enquanto a vizinha da Capital é comandada por Tião da Zaeli, que era vice e assumiu o cargo após o titular Murilo Domingos (PR) ser afastado do cargo por uma decisão judicial, Tangará é administada pelo presidente da Câmara Miguel Romanhuk (DEM). O democrata é o quarto a passar pela cadeira de prefeito desde 2008, quando Júlio César Ladeia (PR) foi eleito.
No início de 2009, o então presidente da Câmara, vereador José Pereira Filho (PT), foi o primeiro, depois de Ladeia, a assumir o município. A posse foi dada a ele após a Justiça determinar o afastamento do republicano e seu vice, José Jaconias (PT). Meses mais tarde, com a pendência judicial já resolvida, o prefeito eleito sofreu um acidente de carro e o vice assumiu o posto do titular.
O período mais crítico da cidade, no entanto, teve início em 2010, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Hygeia para investigar um suposto esquema de corrupção envolvendo a Oscip Idheas, contratada para gerenciar o serviço de Saúde do município.
A ação da PF acabou resultando numa outra investigação pela Câmara. Diante dos indícios de um “rombo” de R$ 6 milhões nos cofres públicos, os vereadores criaram uma Comissão Processante (CP) pedindo a cassação do prefeito, do vice e de outros 5 parlamentares. Desde então, Ladeia foi afastado, deixando o cargo para Jaconias, que mais tarde também se viu envolvido no escândalo e acabou perdendo a cadeira para Romanhuk.
A situação da cidade só é mais tranquila do que a de Várzea Grande porque pode chegar a um ponto final. Desde a última quarta (24) os membros da CP se revezam, ininterruptamente, na leitura do relatório com mais de 700 páginas elaborado durante as investigações. O próximo passo é definir se o grupo acusado de susposta improbidade administrativa, tráfico de influência e pagamento de propina, será ou não cassado definitivamente.
Várzea Grande, por sua vez, ainda vive na expectativa com a possibilidade de Murilo conseguir reverter a decisão judicial. Só em 2011 o comando do Paço Couto Magalhães passou pelas mãos de três gestores. A instabilidade teve início em março, quando a Câmara reprovou as contas referentes ao exercício de 2010 e iniciou uma investigação para apurar supostas irregularidades. Na época, Tião e Murilo foram afastados e o então presidente do Legislativo, João Madureira (PSC), assumiu o cargo de prefeito.
Junto com o prefeito e o vice afastados, Madureira demitiu praticamente todos os secretários de governo. Tempos mais tarde, Tião conseguiu reassumir a cidade e trocou o secretariado mais uma vez, mas a mudança durou menos de 24h, visto que Murilo também teve seu recurso aceito pela Justiça. A decisão fez Tião desistir do cargo de vice. Como não renunciou oficialmente, no entanto, no incío do mês pôde voltar mais uma vez após o novo afastamento de Murilo.
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