As vítimas relataram que sofreram ameaças e até agressões. Elas questionam e cobram mais segurança por parte da polícia. Em entrevista à TV Centro América, um comerciante de Cuiabá, que não quis se identificar, conta que já foi assaltado sete vezes nos dois últimos anos. ""Tem assaltos com refém, tem assaltos com tiro. E tem assaltos com muita agressividade, inclusive hospitalizando funcionários e seguranças. É um negócio assustador a forma como está a segurança conduzida no estado de Mato Grosso"", criticou o comerciante.
Já a agência de publicidade do empresário Luiz Gonzaga Rodrigues Junior foi assaltada quatro vezes só neste ano. As câmeras do circuito interno de segurança registraram a ação dos bandidos. O último crime foi na semana passada, quando dois homens invadiram o local e roubaram todo o dinheiro de um cofre. De acordo com as imagens, os bandidos levaram dois minutos para abrir o cofre com a ajuda de um pé de cabra.
Ainda durante o roubo, a Polícia Militar foi acionada pela patrulha de segurança do local e os assaltantes foram presos na saída. No entanto, segundo o empresário do local, mesmo com a prisão dos assaltantes o dinheiro do roubo ainda não foi recuperado. ""Tinha aproximadamente R$ 10 mil no cofre. Quando a minha gerente financeira foi à polícia eles devolveram apenas R$ 1,5mil. O resto do dinheiro não tem muita explicação para onde foi parar"", questionou.
Postos de combustíveis
Os postos de combustíveis também estão sendo alvos cotidianos dos bandidos. O presidente Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetróleo), Aldo Locatelli, comentou que a greve da Polícia Civil, que já dura quase dois meses, está colaborando para o aumento dos crimes. ""Teve dia que um único posto foi assaltado duas vezes. No último assalto, a polícia veio, pegou o cara que assaltou, mas com a greve, ele já está solto na rua e vai assaltar de novo"", desafiou o empresário que representa os donos de postos de combustíveis.
Outro lado
O comandante regional da Polícia Militar de Cuiabá, Zaqueu Barbosa, argumentou que acredita que o aumento no número de roubos está relacionado com a falta de punição da legislação brasileira. ""Por parte da PM, nós estamos fazendo o dever de casa. Por exemplo, na semana passada prendemos um cidadão com 11 passagens, sendo uma de homicídio e 10 de roubo. Mas ele está em liberdade de novo"", relatou.
Para conter a escalada dos crimes, o comandante da Polícia Militar ressaltou que cerca de 360 novos militares vão se formar no próximo mês e já estarão trabalhando no policiamento ostensivo das ruas da capital. A Polícia Civil não se manifestou sobre o assunto.
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