A pecuária é praticada na planície pantaneira desde 1737 e 87% da vegetação nativa está intacta
Futuros jornalistas conhecem pecuária sustentável do Pantanal

Estudantes dos cursos de jornalismo da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) e da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) estarão visitando fazendas pantaneiras amanhã. A atividade faz parte do projeto “Construção da Imagem da Pecuária Sustentável do Pantanal”, desenvolvido pela Embrapa Pantanal, com parceira com a Acrimat - Associação dos Criadores de Mato Grosso e outras instituições.

Nessa terça-feira, dia 23, a visita será à fazenda São José da Beira, a 70 quilômetros de Poconé (MT), na estrada Transpantaneira. Os alunos da UFMT estarão acompanhados do professor Ailton Segura. A viagem foi organizada pela Acrimat, parceira do projeto. A pesquisadora Raquel Soares e a jornalista Ana Maio, líder do projeto de comunicação, estarão interagindo com os estudantes e levando informações sobre as práticas sustentáveis aos futuros jornalistas.

“Esse trabalho é muito importante para a os produtores pantaneiros, pois a sociedade recebe informações consistentes e de pesquisados da Embrapa, que comprovam que o gado no pantanal só trás benefícios para o meio ambiente e preserva a vegetação nativa”, comentou o presidente da Comissão Pantaneira da Acrimat, Cristovão Afonso, que participa das atividades. Ele disse também, que “os alunos vão conhecer na prática como é a atividade do pecuarista dessa região tão importante e ainda experimentar um legítimo churrasco pantaneiro”. 

Estudo comprova que a atividade econômica é praticada na planície pantaneira desde 1737 e o bioma é o mais conservado do país: cerca de 87% da vegetação nativa está intacta. Isso ocorre, entre outros fatores, porque o gado do Pantanal se alimenta de pastagem nativa, convive bem com a fauna da região e ocupa a planície em baixa densidade. A Embrapa tem desenvolvido pesquisas para aumentar a produtividade, respeitando as características ambientais do bioma.

Nos dias 26, 27 e 28, alunos do curso de jornalismo da UFMS vão visitar a fazenda Nhumirim, da Embrapa Pantanal, no Pantanal da Nhecolândia. A fazenda fica a 160 quilômetros de Corumbá. Esta visita deveria ter sido realizada no primeiro semestre, mas teve de ser adiada em função da cheia, que impediu o acesso por terra à propriedade.Os alunos da UFMS estarão acompanhados do professor Marcelo Cancio, responsável pela disciplina de comunicação rural. Os pesquisadores que vão acompanhar o grupo são Suzana Salis e Carlos Padovani.

“Os estudantes de jornalismo são considerados formadores de opinião e é muito importante que eles conheçam um pouco do bioma mais conservado do país”, explicou a pesquisados Raquel Soares. Depois de formados, esses estudantes poderão atuar nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e precisam saber como a pecuária é praticada na planície.

No ano passado, a Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Acrimat e as duas universidades conseguiram levar 31 estudantes de jornalismo para duas fazendas pantaneiras.

O projeto de comunicação envolve ainda a divulgação da pecuária sustentável por meio de veículos de comunicação da região sudeste do Brasil. Desde o ano passado, uma equipe de comunicadores da Embrapa e parceiros está mantendo contatos pessoais com profissionais da imprensa, nas redações e no próprio Pantanal, para realizar essa divulgação. Veículos como Folha de S.Paulo, O Globo, Rede Globo, jornal O Dia, SBT, Band, entre outros, têm divulgado a prática sustentável da pecuária no Pantanal.

Também são parceiros do projeto a ABPO (Associação Brasileira de Pecuária Orgânica), a Fundação Barbosa Rodrigues e a WCS (Associação Conservação da Vida Silvestre).