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Politica MT
Domingo - 14 de Agosto de 2011 às 18:46

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De pai para filho. Assim como nos negócios de família e carreiras profissionais, na política filhos também se espelham nos pais e acabam trilhando o caminho do genitor. Em Mato Grosso, assim como no Brasil todo, é muito comum o espólio político passar de geração para geração.

Alguns exemplos são clássicos, como o da família Campos, que tinha Júlio Domingos de Campos, o conhecido seo Fiote, como patriarca político. Falecido em 2007, ele foi prefeito de Várzea Grande e é pai dos ex-governadores Júlio e Jayme Campos – ambos de DEM - hoje deputado federal e senador, respectivamente.

O ex-governador e hoje senador Blairo Maggi (PR) também teve pai prefeito, André Maggi, que foi um dos fundadores da cidade de Sapezal.

Geralmente, a motivação vem pela convivência desde criança com os meandros do poder. Da nova geração, o exemplo é o vereador de Cuiabá Paulo Borges Júnior (PSDB). Seu pai, Paulo Borges, foi vereador por 14 anos, de 1982 a 1996. Júnior diz que sempre esteve nos corredores da Câmara ajudando no mandato do pai, participando das sessões. E quando o patriarca decidiu ficar de fora, quis entrar no lugar dele. “Acabei tomando gosto”, diz o vereador.

No entanto, Borges, o pai, conta que sempre exigiu que o filho tivesse uma profissão e que entrasse na política independente, sem precisar do salário de vereador para sobreviver. Dessa forma seria possível fazer um mandato melhor, sem amarras. Paulo Borges é procurador aposentado da Fazenda e Paulo Borges Júnior, além de vereador, tem um escritório de advocacia. “Foi uma exigência minha: é preciso ter uma profissão para ter lisura”, diz o procurador aposentado.

Borges Júnior conta que ensaiou ser candidato em 2000 e 2004, mas o pai achava que não era o momento. E para demover o filho da ideia, falava que pensava em voltar a ser vereador, amarrando o filho. “Numa disputa assim a família tem que estar unida, ela é base. Todo mundo na minha família é envolvido na política de alguma maneira, seja como formador de opinião. No começo parte da família não gostou da ideia, queria que eu seguisse exercesse a profissão de advogado, montasse escritório, passasse em concurso, pois ter mandato eletivo é desgastante. Mas meu pai me apoiou, então não tinham como dizer não”, lembra o vereador. Em 2008 foi candidato pela primeira vez e foi o quarto mais votado.

“Ele andava muito comigo, sempre militou e fez parte da política. E a política enfeitiça. Ela é muito dinâmica, você está sempre ajudando alguém e apesar das brigas políticas, você faz muitos amigos. Diante disso tudo, não tinha como impedi-lo. Dei todo apoio e acho que ele está se saindo muito bem”, elogiou o senhor Borges o filho caçula.

Fazendo uma análise do cenário político de hoje, o ex-vereador avalia que pouca coisa mudou além dos nomes. “Eu fui à TV explicar o aumento do IPTU, então as discussões são parecidas. O que está mudando mesmo é que os escândalos estão só aumentando. E isso é ruim, porque meia dúzia faz sacanagem e todo mundo que é político cai na mesma vala”, disse Paulo Borges.

Apesar do trabalho de ambos no Legislativo, os dois consideram que a atuação do vereador é muito limitada, por isso, diferente do pai, Borges Júnior trabalha para ficar só mais quatro anos e, se der, buscar outros caminhos.

O vereador afirma que por conta dessa limitação, os parlamentares têm que buscar alternativas para conseguir implantar ações e defender bandeira. “Por isso a maioria vive de fazer indicações”, resumiu Paulo Júnior.

Mais categórico, Paulo Borges, o pai, corroborou o pensamento do filho: “Por isso dão título e homenagem para pessoas que às vezes não fizeram nada por Cuiabá, só porque a família dele é grande e com isso terá bastante voto”.




Fonte: Do DC

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