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Cidades/Geral
Sexta - 12 de Agosto de 2011 às 10:41
Por: ALEXANDRE APRÁ

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Sede das empresas de Julio Uemura, no Porto, em Cuiabá, onde o empresário foi preso
Sede das empresas de Julio Uemura, no Porto, em Cuiabá, onde o empresário foi preso

Investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE), durante a Operação Gafanhoto, em 2009, constataram que o empresário Julio Uemura utilizava, pelo menos, quatro empresas "laranjas" (de fachada) para aplicar golpes em fornecedores e produtores rurais.

Uemura foi preso, pela segunda vez, na tarde de quinta-feira (11), em Cuiabá, a pedido do Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Naquele Estado, ele é acusado de praticar um golpe de aproximadamente R$ 2 milhões em fornecedores.

Os golpes baseavam-se na utilização de empresas fictícias para fornecimento de frutas e verduras. Após as entregas de produtos, os fornecedores percebiam que recebiam cheques sem fundo das empresas. Mas, os produtos eram entregues, segundo as investigações, nas empresas de Uemura, em Cuiabá.

Fontes do Gaeco garantiram que, a partir da nova denúncia do MPE do Espírito Santo, novas denúncias podem surgir em outros estados brasileiros. "Esses golpes podem ter sido aplicados em outros estados, e isso pode começar a vir à tona a partir de agora", explicou um membros do grupo que combate o crime organizado.

As empresas investigadas pelo Gaeco foram: Sewal Hortifruti Ltda (situada na Avenida Generoso Malheiros, Cidade Verde, em Cuiabá ou na Avenida Miguel Sutil, Santa Rosa, na Capital); Canadá Comércio Atacadista de Produtos Alimentícios Ldta-ME (Rua Vereador Jorge Witzack, Cristo Rei, Várzea Grande); Tradexco Comércio Importação e Exportação de Generos Alimentícios Ltda (Av. Filinto Muller, Jardim Marajoara, Várzea Grande); e Rio Formoso Hortifruti Ldta (Avenida Miguel Sutil, Jardim Primavera, Cuiabá).

Todas as empresas estavam em nomes de "laranjas", mas sempre subordinados ao suposto chefe da quadrilha, que seria Uemura. Todavia, as negociações eram realizadas diretamente com o braço direito do chefe da rede criminosa, identificado como Renê dos Santos Oliveira.

O "assessor" é apontado como uma pessoa de alto poder de persuasão e que se fazia passar, por telefone, como proprietário das empresas "laranjas" e aplicava os golpes nos produtores de outros Estados.

No relatório da investigação ocorrida em 2009, são apontadas como vítimas da Sewal a empresa Tamanini Importação e Exportação Ltda, com sede em Corupá (SC), onde foi aplicado golpe no montante de pouco mais de R$ 106 mil; Kojima Hortifruti, com sede em Aguaí (SP), com prejuízo de R$ 108 mil; entre outros cujo valor não foi revelado, as empresas Ambrósio Luiz Borgatti & Filhos, na cidade de Arroio dos Ratos (RS), e Shigueo Hayata (Fazenda Novo Riacho), Patrocínio (MG).

Canadá Comércio

A empresa Canadá, de propriedade do "laranja" Claudiomiro Alexandre de Lima, o Miro, somente com a vítima Dalaio Agropastoril Ltda., de Vacaria (RS), o golpe aplicado chegou ao montante de R$ 99 mil.

Para concretizar os negócios, antes de aplicarem o golpe, "a vítima pediu que lhe fosse mandado o cadastro da empresa, com referências comerciais, como é a prática nesse ramo. Como referência comercial constou o nome da "Comercial Uemura", do denunciado Júlio Uemura", conforme revela relatório do Gaeco, a cuja cópia MidiaNews teve acesso.

Num trecho, o relatório informa que a vítima ligou para Uemura, que afiançou que a empresa Canadá era o seu melhor comprador.

"A partir da terceira compra, os cheques começaram a voltar sem fundo. A vítima começou a desconfiar do golpe porque os próprios motoristas das carretas disseram-lhe que a mercadoria era descarregada no Júlio Uemura", destaca trecho da denúncia.

Golpe

O Gaeco investigou que, fechado o negócio com as empresas laranjas, iniciam-se os carregamentos com pagamentos à vista, até que a vítima comece a vender com cheque pré-datado, quando é aplicado o golpe, pois os carregamentos são diários e os cheques, geralmente, são para 30 dias.

"Quando cai o primeiro cheque sem fundo, já houve muito carregamento desviado para o bando", afirma denúncia.






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