A polícia acredita que o responsável pela morte do professor João Sérgio Névola, de 46 anos, esteve em uma festa com a vítima neste fim de semana em Alta Floresta, a 800 quilômetros de Cuiabá. De acordo com a delegada Ana Paula Revelles Carvalho, com base em relatos de testemunhas, o assassino teria voltado da festa junto com João Sérgio na noite em que a vítima foi assassinada, no próprio apartamento. O inquérito foi instaurado nesta segunda-feira (8) para apurar as causas do crime.
A delegada revelou ao G1 as dificuldades de identificar o suspeito, já que, segundo vizinhos e amigos, o filósofo recebia frequentemente muitas visitas. "Pelas investigações preliminares, podemos afirmar que se tratava de alguém que conhecia a vítima e entrou na casa com o seu consentimento", dissea delegada, ao citar que, no local do crime, foram encontradas várias latas de cerveja. "O que deu para perceber é que antes de o professor ser morto o clima era de harmonia", reiterou.
Entre as hipóteses trabalhadas pela Polícia Civil é de que o assassino pudesse, inclusive, ter alguma relação afetiva com o professor, que, de acordo com a delegada, era homossexual assumido. Entretanto, ela conta que as testemunhas disseram que o docente não possuía um relacionamento fixo no momento.
Ana Paula salienta que, em princípio, nenhum indício é descartado, mas adianta que tudo indica se tratar de um latrocínio, roubo seguido de morte, cometido por alguém que teria se aproveitado da proximidade com a vítima. Isso é reforçado pela delegada pelo fato de não haver nenhum sinal de arrombamento no apartamento e dos vizinhos não terem escutado nenhum pedido de socorro. "A pessoa entrou no local com o consentimento do morador", pontuou.
Após desferir cinco golpes de faca na vítima, sendo um deles no pescoço, o suspeito fugiu levando um computador portátil, aparelhos de som e de DVD, além de um telefone celular e uma motocicleta. A perícia encontrou duas facas sujas de sangue no local. O corpo foi encontrado no último sábado (6) por um vizinho, que arrombou a janela do apartamento após estranhar o sumiço do professor depois de um dia.
A delegada afirmou que o próximo passo da investigação será a intimação judicial das testemunhas. Com base nos depoimentos colhidos, ela adiantou que outras pessoas deverão ser convocadas a prestar esclarecimentos.
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