Morte de Homero Pereira abala política mato-grossense e deixa lacuna no setor produtivo rural

O ano de 2013 foi marcado por grandes debates, avanços, perdas e de muito trabalho para o setor produtivo rural. Um dos fatos de maior repercussão foi, sem dúvida, o falecimento do então deputado federal Homero Pereira, um dos maiores líderes do setor rural de Mato Grosso, ocorrida em outubro.

 

Homero começou a luta contra um câncer em fevereiro, quando licenciou-se do mandato na Câmara Federal para iniciar tratamento no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Otimista, chegou a declarar que estava queimando gasolina azul e voltaria aos trabalhos em abril.

 

A vontade de retomar o mandato era grande, pois ele acabara de assumir, no ano seguinte, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), considerada a maios numerosa e organizada bancada de deputados e senadores do Congresso Nacional.

 

Homero também tinha planos de se candidatar ao Senado Federal e já tinha manifestado este desejo entre amigos, correligionários e em entrevistas, ainda que de maneira informal.

 

Mas a doença não deu trégua ao longo do ano. O parlamentar enfrentou dias etapas de sessões de quimioterapia que lhe fizeram cair os cabelos. O bigode, sua grande marca pessoal, também perdeu força. Em 20 de setembro, por orientação médica, deixou vago em definitivo o mandato parlamentar para tentar as levar a vida. Faleceu no dia 20 de outubro em decorrência de um Adenocarcinoma (tumor maligno), originado no estômago.

 

Trajetória


 

Homero Pereira foi vice-presidente da Famato entre os anos de 1991 e 2005. Ocupou a presidência da entidade e do Conselho Deliberativo do Senar-MT no período de 2005 a 2010.

 

Produtor rural, técnico agropecuário e economista, também foi eleito deputado estadual e federal e presidiu a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Em pouco mais de três décadas, Homero Pereira se dedicou à agropecuária e por isso é conhecido por muitas pessoas como um líder nato.

 

Na Câmara dos Deputados, Homero se destacou em assuntos de extrema relevância para o país como o Código Florestal, endividamento rural, trabalho escravo e a questão indígena.

 

Em 2005, Homero foi responsável pelo movimento Tratoraço, que reuniu mais de 25 mil produtores na Esplanada dos Ministérios para alertar sobre a crise pela qual a agricultura brasileira enfrentava.

 

Também exerceu os cargos de vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e presidente da Frente de Logística de Transportes e Armazenagem (Frenlog).