PP ameaça expulsar quem não se desfiliar antes do ato do PSD-MT

O ato que marca a criação do PSD no Estado corre risco contar com menos lideranças do que o esperado. O diretório estadual do PP, sob comando do secretário estadual de Saúde Pedro Henry, notificou seus membros para pedirem desfiliação do partido antes de praticarem "qualquer manifestação pública contra os interesses" da legenda, sob pena de incorrerem em infidelidade partidária e vir a perder seus mandatos eletivos.

A nota foi divulgada na última sexta (29), três dias antes do lançamento oficial do PSD, que está cooptando a maioria dos filiados da legenda progressista. Só na Assembleia, 4 dos 6 deputados da bancada progressista deixarão a agremiação, entre eles o presidente da Casa, José Riva, principal organizador do PSD em Mato Grosso.

É por influência de Riva que o PP perderá ainda 11 dos 20 prefeitos que elegeu em 2008. Na Câmara de Cuiabá o impacto será semelhante. Se filiarão ao PSD os vereadores Éverton Pop (PP), Levi de Andrade, que está licenciado, e seu substituto Marcus Fabrício. O partido ficará ainda sem o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Eliene Lima, e o vice-governador Chico Daltro.

Para Riva, a atitude da direção do PP é incoerente porque vai contra a legislação. "Eu respeito a incoerência deles, mas nós temos a lei a nosso favor. Como é que você vai criar um partido sem se reunir?", questiona. O deputado, que preside a Comissão Provisória do PSD no Estado, ainda ressaltou que a medida não deve funcionar porque aqueles que manisfestaram interesse em deixar o PP já estão decididos sobre isso. "Claro que eles têm que se mobilizar para manter as pessoas filiadas, mas não acredito que essa medida vá surtir algum resultado", avalia.