Funcionários já haviam suspendido paralisações, mas retomaram greve por conta da falta de acordo
Escrivães e investigadores da Polícia Civil, servidores da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e do Departamento Estadual de Transito de Mato Grosso (Detran) uniram-se em uma manifestação no Centro de Cuiabá na tarde de ontem. Os três movimentos grevistas que persistem em Mato Grosso realizaram um protesto contra a administração estadual.
De acordo com Leandro Brito, diretor do Sindicato dos Empregados do Detran (Sinetran), as categorias se uniram porque suas manifestações têm características semelhantes. Os três movimentos foram suspensos em determinado momento para negociar com a Secretaria de Administração (SAD), mas voltaram à paralisação devido à falta de avanço na negociação. “Somos os que restaram. Os outros conseguiram negociar e nós ficamos para trás”, disse.
O presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil (Siagespoc), Clédison Gonçalves, disse que os movimentos se uniram para mostrar o descaso do governo. Para o porta-voz do comando grevista da Sema, Murilo Covezzi, as categorias estão mostrando sua força contra a indiferença do governo estadual.
Os manifestantes se encontraram na praça Santos Dumont, na avenida Getúlio Vargas. De lá, eles seguiram pelas avenidas Isaac Povoas e Prainha, até chegar à praça Alencastro, em frente à prefeitura de Cuiabá.
Durante o trajeto, os servidores culpavam o governador Silval Barbosa pelas paralisações. Sua administração foi chamada de ditatorial. “Do que adianta realizar a Copa de 2014 se não vai ter ninguém vivo até lá”, dizia uma manifestante, reclamando do investimento em segurança.
Os servidores também pediam a saída dos secretários Alexander Maia, da Sema, e Diógenes Curado, da Secretaria de Segurança Pública.
Os servidores do Detran entraram em greve no dia 28 de junho, suspenderam a paralisação em 11 de julho e retomaram o movimento na última terça-feira. Os servidores querem um reajuste médio de 90%, mas a SAD ofereceu um reajuste anual de apenas 8%. Os servidores também reclamam do sucateamento da estrutura do departamento, que não tem condições de atender os seus usuários.
Na Sema, os servidores estão em greve desde o dia 21 de junho, com a suspensão do movimento entre os dias 14 e 21 de julho. Eles querem aumento no piso e no teto salarial e também não receberam uma contraproposta satisfatória. Murilo Covezzi também reclama dos usuários contratados da Secretaria, que recebem mais do que os concursados. “A Sema virou um cabide de empregos”, disse.
Os investigadores e escrivães estão em greve desde o dia 1º de julho. A proposta de reajuste anual oferecida pela SAD foi considerada ridícula pela categoria. Eles também reclamam da falta de condições de trabalho.
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