Toninho admite falha e agora luta para anular projeto

O vereador Toninho de Souza (PDT) admite ter errado politicamente ao votar a favor da lei que permite conceder os serviços de fornecimento de água e tratamento de esgoto à iniciativa privada. Por isso, ele já se articula nos bastidores da Câmara de Cuiabá para revogar a proposta. Pelo menos 6 dos 19 parlamentares dão sinais de se posicionar contra medida.

Toninho admitiu ter se arrependido durante coletiva na qual afirmou ontem que votou sem ler a íntegra do projeto protocolado na Câmara no dia 12 e apreciado poucas horas depois. Além dele, Lúdio Cabral (PT) e Domingos Sávio (PMDB), que têm admitido publicamente se posicionar contra a proposta, os vereadores Roosivelt Coelho (PMDB), Arnaldo Penha (PMDB) e Tiago Nunes (PSDB) também indicam engrossar o coro dos descontentes com a forma como a proposta foi aprovada.

"Como legislador, é difícil vir a público e admitir um erro político. Mas foi isso o que aconteceu. Eu errei ao não ler todo o projeto, mas não cometi crime algum e estou aqui para reconhecer isso", afirmou Toninho. Ele já foi procurado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Sanecap, que também participa do fórum contra a proposta e que coleta assinaturas para apresentar um projeto de lei de iniciativa popular para barrar a ideia.

O Sindicato, presidido por Ideueno Fernandes, trabalha paralelamente à campanha de iniciativa popular para que os partidos convençam os vereadores a mudarem de posicionamento, já que esse caminho seria mais curto. Para revogar uma lei, são necessários 13 dos 19 votos da Câmara. A lei, no entanto, foi aprovada com apoio de 13 parlamentares. Dirigentes do PSDB, PMDB, PP e PDT também são procurados para convencer os correligionários a mudar de posicionamento.

O vereador Júlio Pinheiro nega qualquer manobra e diz que os parlametares já haviam sido comunicados sobre o interesse da Casa em limpar a pauta. "Talvez ocorreu um erro de comunicação, mas não má fé". (TM)