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Sábado - 09 de Julho de 2011 às 09:06
Por: Tania Rauber

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Gambiarras elétricas feitas pelos próprios presos aumentam o risco de incêndios no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). A constatação foi feita durante vistoria da Comissão de Direitos Humanos e será alvo de fiscalização do Corpo de Bombeiros.

No relatório, a comissão apontou que há muitos fios elétricos no chão, sem encapamentos, que podem facilitar curto circuitos. A representante do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Darlete Soares, explicou que as fiações são puxadas pelos próprios presos, de forma improvisada, para levar energia e tomadas até as celas.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a penitenciária não possui projeto contra incêndio e pânico, e que uma vistoria será realizada em parceria com o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura, Agronomia (Crea) para constatar os riscos e determinar as adaptações necessárias.

O responsável pelo Setor de Vistorias Técnicas na Capital, 1º sargento Márcio Meira Santos, destacou que todas as inconformidades serão informadas à Secretaria do Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).

Depósito - O relatório apresentado pela Comissão de Direitos Humanos aponta outros graves problemas na estrutura, como infiltrações, canos quebrados, esgoto a céu aberto nas celas, mau cheiro insuportável, sanitários precários, dentre outros, que tornam a unidade um "depósito humano de excluídos".

O padre Zeca Geeurickk, integrante da Pastoral Carcerária, relata que a estrutura é a mesma de 1999, quando ele começou os trabalhos na unidade. De lá para cá, segundo ele, a situação piorou com a superlotação. "Para dormir eles colocam colchões nos corredores, até dentro dos banheiros. Não tem espaço".

As 398 vagas existentes na unidade são ocupadas por 1.470, número quase 4 vezes maior. Algumas celas, conforme a comissão, com espaço para 10 detentos, são ocupadas por mais de 30.

Alimentação - Outra reclamação recebida pela comissão e constatada in loco trata da alimentação dos detentos. Tanto a qualidade quanto a quantidade não estariam a contento. Segundo Darlete Soares, o almoço seria entregue junto com o café. "Alguns presos relataram que tem que terminar de cozer a comida nas celas, porque ela é feita só no bafo. Ali acabam aumentando também a quantidade porque não é suficiente".





Fonte: Do GD

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