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Polícia Brasil
Sexta - 24 de Junho de 2011 às 17:48

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O ministro Gilmar Mendes, que foi alvo do ex-advogado preso ontem
O ministro Gilmar Mendes, que foi alvo do ex-advogado preso ontem

O ex-advogado Lauro Ribeiro Pinto de Sá Barretto, que extorquia políticos do Médio Norte de Mato Grosso, foi preso na última quinta-feira (23) pela Polícia Civil de Roraima. O motivo da prisão foi o mesmo. Barretto foi flagrado após receber R$ 20 mil do empresário Marcílio Arruda da Silva, da Aplub Capitalização, empresa responsável pelo título de capitalização "Roraima da Sorte".

Lauro Barreto é um velho conhecido em municípios mato-grossenses como Diamantino e Alto Paraguai, onde tentava extorquir prefeitos, vereadores e outras autoridades locais.

A maior das vítimas do criminoso era o prefeito de Diamantino, Chico Mendes, irmão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mendes foi alvo de várias ações impetradas por Barretto, todas elas com o intuído de atingir o prefeito e, por tabela, o seu irmão, que também chegou a ser alvo de suas ações.

O BSB Brasil apurou, com fontes do Médio Norte, que por não conseguir arrancar dinheiro de suas vítimas, Lauro Barretto recorria aos adversários políticos dos prefeitos. "Ele era financiado por esses adversários", afirmou uma das vítimas ameaçadas pelo criminoso.

O ex-advogado, além de entrar com as ações, costumava pagar para que matérias fossem publicadas em jornais sensacionalistas do Rio de Janeiro, onde ele também morava. De lá as matérias eram reproduzidas por outros veículos de comunicação.

Lauro Barretto perdeu o registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) justamente por sua conduta criminosa e a prática não condizente com o Código de Ética da instituição. Além disso, ele é servidor do Poder Judiciário de Roraima e não poderia exercer a profissão de advogado.

Em Boa Vista, capital de Roraima, para onde se mudou após ficar desmoralizado em Mato Grosso, Lauro Barretto estava sendo investigado pela política local desde o mês de março.

A delegada Francilene Souza, que presidiu a investigação com apoio da Divisão de Inteligência Policial da Civil, informou que o ex-advogado estava ameaçando o empresário por meio de ligações e bilhetes pedindo R$ 200 mil em troca de "não dificultar" a permanência do negócio no Estado com o ingresso de ações judiciais.

Não temendo as ameaças, o empresário resolveu denunciar à polícia e passou a gravar as conversas com o ex-advogado. Até que encontro foi marcado na sede do Roraima da Sorte. A polícia acompanhou toda a movimentação, gravou a reunião e Lauro Barretto foi preso em flagrante após deixar o local.

Barretto foi levado para a Delegacia Geral e, após ser interrogado, foi encaminhado para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde permanecerá à disposição da Justiça. Além de extorsão, ele poderá ser enquadrado no crime de exercício ilegal da profissão, já que se passava por advogado quando ameaçava o empresário.

Outro lado

O advogado de Lauro Ribeiro Pinto de Sá Barretto, Alex Ladislau, informou que seu cliente foi contratado pelo empresário Marcílio Arruda para fazer o estudo e a defesa de uma ação civil pública que a empresa teria no Amapá.

"Foi acertado o valor dos honorários e marcada a data para ser pago. Ele então foi ao local para pegar o montante e, ao sair, foi surpreendido pelos policiais que o deram voz de prisão", defendeu Ladislau.

Quanto ao cancelamento da OAB de Barretto, Ladislau classificou como arbitrária a ação. Seu cliente não teria tomado posse no TRE-RR e, mesmo assim, a Ordem dos Advogados em Roraima cancelou seu direito a exercer a profissão sem lhe dar o direito de resposta. O caso é objeto de mandado de segurança que está sendo apreciado pela Justiça Federal no Estado.






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