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Sexta - 24 de Junho de 2011 às 13:12
Por: Vania Costa

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O projeto dispõe da obrigatoriedade das escolas públicas divulgarem o seu IDEB em placa visível na entrada principal do estabelecimento
 
Durante o Fórum Consciência Cidadã, promovido pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso, na última terça-feira (21) no Centro de Eventos Pantanal foram debatidas políticas públicas para saúde, trabalho, economia e educação. Mais o que polemizou o evento foi o fator “educação”, a qualidade no ensino público.

Para um público de aproximadamente mil pessoas o economista, especialista em educação e colunista da revista Veja, Gustavo Ioschpe, palestrou sobre Políticas Públicas de Educação. Ioschpe levantou a discussão entre educadores e secretários de quem é a culpa do mau desempenho das escolas públicas apontada pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

Ao mesmo tempo que Gustavo lançou a problemática para dar inicio ao debate, ele já apontou a possível solução. Iochpe com alegria comunicou que já há um Projeto em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso defendido pelo nobre deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR), que foca a importância do IDEB. Conforme o economista o Projeto de Lei de Emanuel Pinheiro, dispõe da obrigatoriedade das escolas públicas do Estado de Mato Grosso divulgar o seu IDEB em placa de um metro visível na entrada principal do estabelecimento de ensino. “O deputado Emanuel Pinheiro defende a idéia de estampar na entrada das escolas a nota do IDEB para que a sociedade possa se preocupar e cobrar dos responsáveis educação de qualidade”, salientou.

O especialista elencou vários pontos importantíssimos que devem ser observados. Para ele quando as coisas não vão bem o professor logo joga a culpa “nada funciona, o salário não é bom, falta condições de trabalho e infraestrutura. Mas esses educadores se esquecem que antes de tudo isso já existia educação”, avaliou.

Outro fator é o descaso dos professores, é comum o profissional passar tarefas de casa, porém, não as corrigem em sala de aula, já sabendo disso o aluno fica a vontade para fazer ou não.
O especialista disse que é impressionante as diferenças entre as escolas percorridas por ele e a equipe do “JN no Ar” no quadro “Blitz nas Escolas”, percorrido em vários  Estados do Brasil.

Gustavo lembrou do jogo de empurras que acontece nas instituições de ensino “de quem é a culpa?”.  “Nas escolas ruins, os diretores normalmente não sabem ao menos quantos alunos estudam lá. Já nas escolas boas, o diretor sabe exatamente número de alunos”, salientou ele observando “eis ai uma diferença”.

Ioschpe ressaltou que quando o aluno não aprende logo se percebe que há alguma coisa de errado. Em uma escola considerada boa, professores e alunos usam o material didático como apoio, o que dá uma organização ao processo de ensino. Nas más escolas, ou o material didático não é usado ou o professor o utiliza para substituir a aula.

Segundo o palestrante assim como em qualquer organização humana, por trás dos talentos individuais é preciso haver uma gestão que oriente os esforços e dê um sentido ao todo.

Ao invés de ficar procurando desculpas Gustavo Ioschpe acredita que os profissionais da educação devem se unir aos pais de alunos e debater alternativas para melhorar a qualidade.

A secretária de Estado de Educação, Rosa Neide, revidou aos pontos elencados pelo especialista Gustavo Ioschpe.

A secretária defendeu a classe educadora, “os professores são preparados, qualificados e orientados a acompanhar os alunos na vida escolar. Não são os professores os culpados, não são os diretores, em fim não é a instituição”, frisou.

De acordo com Rosa Neide, as notas abaixo da média apontada pelo IDEB ainda acontece devido o baixo nível cultural. “Não podemos esquecer que o Estado de Mato Grosso é de origem indígena e quilombolas, e ainda enfrenta problemas econômicos”. Ainda segundo ela todos esses fatores acabam agravando a educação.

O ponto que mais incomodou Rosa Neide foi o projeto de lei do deputado Emanuel Pinheiro. “Acho injusto para a escola e para os profissionais da instituição estampar a nota do IDEB na entrada principal da escola. A nota só diz respeito à instituição e aos pais dos alunos matriculados e não a todos que passam pela escola”, defendeu.

Para a secretária o projeto ao invés de ajudar, vai causar pânico nos pais, e tumulto nas escolas. Os pais ao depararem com a baixa nota daquela escola vai logo procurar uma instituição considerada boa, acarretando super lotação em uma e rejeição em outra.

Rosa Neide mais uma vez se manifestou ressaltando que não é contra o projeto, e sim que precisa ser melhorado, e sugeriu encaminhar ao parlamentar algumas sugestões para contribuir com o projeto que já tramita.

Diante das declarações da secretária Gustavo disse que a prioridade do IDEB é melhorar a qualidade do ensino público. “Todos esses apontamentos vão ser discutidos e esclarecidos a sociedade para que não aconteçam”, argumentou reforçando a tese de que a sociedade deve ter conhecimento nítido das avaliações. O colunista da revista Veja ressaltou que a preocupação do deputado Emanuel Pinheiro é com o ensino público.
 
Saiba mais sobre o IDEB
 
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) foi criado em 2007 para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. O indicador é calculado com base no desempenho do estudante em avaliações do INEP e em taxas de aprovação. Assim, para que o IDEB de uma escola ou rede cresça é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente à sala de aula.

Para que pais e responsáveis acompanhem o desempenho da escola de seus filhos, basta verificar o IDEB da instituição, que é apresentado numa escala de zero a dez. O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, tenha nota 6 em 2022 – correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos.






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